Monografias dos discentes do Campus Três Rios
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CADASTRO AMBIENTAL RURAL: ESTUDO DE CASO DO SÍTIO BOA VISTA E CACHOEIRA, VALENÇA – RJ
AUTOR: João de Miranda Ribeiro Maia / ORIENTADOR: Erika Cortines
legislação florestal no Brasil já passou por diversas mudanças e teve sua última versão publicada em 2012 (Lei 12.651). Na nova lei criou o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é um cadastro eletrônico em nível nacional que visa integrar as informações das propriedades e posses rurais, para que se tenha maior um planejamento ambiental e econômico mais adequado, e para melhor fiscalizar as atividades não conformes. A adesão ao cadastro é um incentivo para a conservação das matas brasileiras, favorecendo o pequeno produtor com a desburocratização dos tramites de adequação. O objetivo geral do trabalho é analisar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) a partir do exemplo prático de adequação ambiental do Sítio Boa Vista e Cachoeira, Valença-RJ. A metodologia explica o passo a passo para realizar o cadastramento ambiental rural no módulo CAR. Os dados necessários ao cadastro são: localização da propriedade e das áreas de preservação permanente (APP), áreas consolidadas, dentre outras. No Sítio Boa Vista e Cachoeira existe um total de 3.3 ha de áreas a serem recompostas, estando localizadas em áreas de APP de nascentes, margem de rio e em área de Reserva Legal (RL). Para isso será feita a adesão ao programa de regularização ambiental (PRA), que representa um conjunto de ações ou iniciativas promovidas pelo proprietário para realizar a adequação ambiental. Após adequação, 3,6% da área de RL excedente poderá ser comercializada na forma de Cotas de Reserva Ambiental (CRA) para fins de compensação de RL's de outras propriedades. Conclui-se que o CAR é uma importante ferramenta de fiscalização, pode ter um papel fundamental na manutenção e preservação das florestas e na geração de renda para o proprietário do imóvel, tornando-se um incentivo à recuperação dos serviços ambientais prestados pelas florestas e trazendo benefício para toda população.
ATERRO CONTROLADO DE TRÊS RIOS, RJ E OS RISCOS AO MEIO AMBIENTE E À SAÚDE HUMANA
AUTOR: Hellen Figueredo Carvalho / ORIENTADOR: FÁBIO CARDOSO DE FREITAS
Sabendo da problemática que o descarte de resíduos sólidos tem gerado no país, o presente trabalho teve como objetivo analisar solo e plantas do aterro controlado de Três Rios (RJ) e da área do entorno, apontando os riscos ao meio ambiente e à saúde dos catadores e da população que mora nas adjacências. Foram coletadas amostras de solo e das espécies vegetais Cecropia pachystachya e Ricinus communis, conhecidas popularmente como embaúba e mamona, respectivamente. As amostras de plantas foram separadas em folhas e frutos, e junto com as amostras de solo, enviadas para o laboratório da UFRRJ em Seropédica para análises químicas com foco em metais pesados. Como não há uma legislação que defina os valores máximos permitidos para concentração de metais em plantas, houve a comparação destas com as análises de solo e da amostra coletada para controle. As amostras de R. communis, que foram coletadas dentro da área do aterro, como já esperado, apresentaram maior acúmulo de metais e quando comparadas com as amostras de solo daquela mesma área, refletiram com maior precisão o que estava disponível no solo, sendo assim uma ótima bioindicadora. A espécie C. pachystachya e o solo foram coletados no ponto denominado como exutório, dentro da bacia hidrográfica que compõe a área, para onde claramente acontece a convergência do material lixiviado do aterro. Essas amostras foram também comparadas com uma amostra controle. Os resultados dos elementos Zn, Fe, Ni e Cr, para as folhas e frutos da embaúba, apresentaram valores mais altos na área de convergência e alguns elementos como Cu e Cr apresentam valores acima do que permitido na literatura, evidenciando que as áreas adjacentes ao aterro também vêm sendo impactadas. O elemento Cd nas análises de solo dentro da área de convergência apresentou valores acima do que é permitido pela resolução CONAMA 420, sendo suficiente para interditar a área. São muitas as doenças provenientes desses contaminantes, variando de alergias e problemas respiratórios à maiores complicações como câncer, má formação em fetos, entre outros. Os sintomas irão variar de acordo com o tempo de exposição do indivíduo ao contaminante e de como o contágio ocorreu, que pode ser através de agentes físicos, químicos ou biológicos. Pode-se concluir que o manejo dos lixões e aterros controlados merecem uma atenção especial por não ser a forma ambientalmente adequada para disposição dos resíduos sólidos. Ficou evidente que mesmo representando um pequeno percentual da biomassa das plantas, as folhas e frutos foram bons bioindicadores, com destaque para mamona. Sabendo que existem moradias no entorno do aterro, que as análises acusaram que o material lixiviado tem contaminado as áreas adjacentes e que por anos catadores trabalharam na área, este conjunto de problemas urge por medidas como: reconhecimento, avaliação dos impactos e um controle eficaz.
FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA EM MATA RIPÁRIA COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM TRÊS RIOS, RJ
AUTOR: Helder Marcos Nunes Candido / ORIENTADORES: Michaele Alvim Milward de Azevedo e Erika Cortines
A Mata Atlântica é a segunda maior floresta tropical das Américas e abriga a mais populosa e desenvolvida região do país. O Rio Paraíba do Sul é um dos mais importantes do bioma. A cidade de Três Rios passa por intenso crescimento econômico, no entanto, planos de ação e controle ambiental são pouco efetuados pela administração pública. A mata ciliar exerce importante papel no que se refere ao controle da erosão em margens de rios. A eliminação da vegetação ripária pode ter como consequência a aceleração dos processos erosivos. Estudos sobre a composição florística e a estrutura fitossociológica das formações florestais são importantes instrumentos de planejamento, sendo primordiais em ações de conservação da natureza, recuperação de áreas degradadas e gestão da paisagem. O trabalho teve como objetivo realizar o inventário florístico e fitossociológico da vegetação ripária do Rio Paraíba do Sul em área urbana na cidade de Três Rios, Rio de Janeiro e comparar sua composição com outras áreas. Foram realizadas coletas entre setembro de 2012 e maio de 2014. O índice de similaridade foi calculado no FITOPAC II utilizando o método de agrupamento pelas médias não ponderadas (UPGMA). O índice de diversidade para as espécies arbóreas foi calculado pelo “Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM)”. Foram inventariadas 122 espécies (90 gêneros) incluindo arbóreas, herbáceas, arbustivas e trepadeiras em uma área de 8,09 ha. O total de indivíduos arbóreos foi de 999 e a densidade foi de 123,48 indivíduos arbóreos/ha. As famílias com maior riqueza foram: Fabaceace (27 espécies); Bignoniaceae, Convolvulaceae e Euphorbiaceae (6 espécies); Asteraceae e Malvaceae (5 espécies). As duas espécies mais abundantes foram: Croton urucurana Baill. (156 indivíduos) e Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit (129 indivíduos), sendo a primeira nativa e a segunda exótica invasora. A baixa diversidade (QM de 0,068, ou 1:14) e similaridade de espécies entre a área de estudo e outros trechos do rio Paraíba do Sul indica o alto grau de perturbação da área. O estrato arbóreo apresentou uma média de altura (7,39 m) e diâmetro à altura do peito (14,53 cm) que indicam um estágio sucessional inicial para médio. Conclui-se que a área necessita de um enriquecimento com espécies nativas para que haja a recuperação da vegetação ripária e manutenção dos processos ecológicos e serviços ambientais.
RESTAURAÇÃO DO ENTORNO DE NASCENTE PERTURBADA ESTUDO DE CASO
AUTOR: Hanna Fajardo Ramos / ORIENTADOR: Erika Cortines
Segundo a ONU, a água será um recurso escasso neste milênio e, daqui a três décadas, a carência dela vai afetar 2/3 da população mundial. Políticas públicas ainda são falhas para reverter o quadro, pois a cada ano a crise hídrica torna-se mais grave, tornando-se urgentes medidas concretas de restauração. O objetivo deste trabalho é propor medidas que visem à restauração da área perturbada no entorno da nascente do Sítio Santa Cruz III-Gleba I do município de Leopoldina/MG. Pretende-se mostrar que é possível, com ações simples e apoiadas pela legislação vigente, recuperar nascentes em propriedades rurais. Para tanto, foi realizado a caracterização ambiental da área em estudo, por meio de visita técnica, sendo utilizados mapas, máquinas fotográficas, imagens de satélite (Google Earth) e GPS. Antes da recuperação, é importante se avaliar as condições ecológicas da área a ser restaurada, como fertilidade e estado de conservação do solo, presença de vegetação arbórea nativa remanescente na área ou nas proximidades, topografia, regime hídrico, largura do curso d’água e tipo de atividade agrícola no entorno para se saber exatamente quais as técnicas de restauração mais adequadas. Na área de estudo, por ser bastante perturbada, foi utilizado o plantio convencional para a recuperação da nascente, visando aumentar a diversidade local e preservar o entorno dela. As práticas de manejo da área foram cercamento da área, controle de formigas, preparo da área (roçada, coveamento e coroamento) e plantio. Também foi realizada a análise laboratorial da água da nascente visando comparar com monitoramentos futuros. Foram plantadas 70 mudas de 15 espécies diferentes. Já foi possível observar alguns aspectos positivos em relação à área reflorestada, como a descompactação do solo e crescimento das mudas plantadas. Como medida para a restauração de outras nascentes com condições similares, almeja-se promover a tomada de consciência dos proprietários rurais locais, disponibilizando-se o presente estudo para consulta.
Medidas mitigadoras de atropelamento de fauna na prevenção do dano ambiental e humano: importante ferramenta de gestão ambiental na rodovia BR-040
AUTOR: Emmanuelle Galante Roussouliéres / ORIENTADORES: Alexandre Ferreira Lopes e FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
As rodovias e estradas são de extrema importância social e econômica para a sociedade. Em razão disso a malha rodoviária cresce a cada ano e os impactos ambientais gerados acompanham este crescimento. A ecologia de estradas é uma ciência nova no Brasil e no mundo, porém vem se desenvolvendo de acordo com esta demanda em todo o país. Este trabalho teve como objetivo mostrar a importância das medidas mitigadoras de atropelamento de fauna e como estas medidas podem ser uma ferramenta de gestão ambiental nas rodovias. Através da análise de dados de atropelamentos de fauna fornecidos pelo banco de dados da Polícia Rodoviária Federal e pelo Projeto Caminhos da Fauna, de informações sobre os custos que estes incidentes geram, informados pela Concer, e informações adquiridas na visita ao programa de monitoramento e mitigação da concessionária referente ao trecho nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro da BR-040 do km 780,6 ao 125,1, constatou-se como medidas simples podem atenuar este impacto. Com base nesta análise foi formulada uma proposta de medidas para amenizar estes danos no trecho que fica entre Três Rios e Juiz de Fora. Para isto foi realizado uma avaliação de pontos com incidência de grandes fragmentos florestais e presença de recursos hídricos através de imagens de satélite e saída em campo para a localização de medidas mitigadoras físicas já implantas com registro fotográfico e localização com GPS. Este estudo demonstrou que apesar do aumento da frota de veículos nesta rodovia e número total de acidentes, do ano de 2007 a 2012, as medidas mitigadoras de atropelamento de fauna implantadas neste mesmo período foram capazes de reduzir as ocorrências envolvendo fauna. Os resultados mostraram que as medidas mitigadoras de atropelamento de fauna e seu respectivo monitoramento podem ser uma importante ferramenta de gestão ambiental em uma rodovia
LEVANTAMENTO DE BIOINDICADORES DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
AUTOR: DOUGLAS NEVES DE OLIVEIRA / ORIENTADOR: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
O objetivo do estudo foi realizar o levantamento de bioindicadores utilizados para avaliar a degradação ambiental. Para a coleta de dados foi realizada uma revisão bibliográfica sobre bioindicadores através da busca por publicações científicas em sites na internet que contém coleções de periódicos científicos. Os organismos utilizados como bioindicadores foram separados em função do tipo de indicação que fornecem: indicadores do estado de ambientes terrestres; indicadores do estado de ambientes aquáticos; indicadores da qualidade do ar. A partir do levantamento bibliográfico realizado foram encontrados 64 grupos de organismos utilizados como bioindicadores, dos quais 15 são indicadores do estado de conservação/degradação de ambientes terrestres; 23 de poluição do ambiente aquático e 26 de poluição atmosférica. Foram encontradas no total 173 publicações sobre bioindicadores de impactos ambientais, 42 publicações sobre indicadores de ambiente terrestre, 61 sobre ambiente aquático e 70 sobre poluição atmosférica. Dentre os organismos utilizados como bioindicadores do estado de ambientes terrestres destacaram-se as formigas (Hymenoptera: Formicidae), os artrópodes em geral (Arthropoda), as minhocas (Annelida) e os besouros em geral (Coleoptera). Em relação aos táxons utilizados como bioindicadores do estado de ambientes aquáticos, destacam-se os macroinvertebrados bentônicos, as plantas aquáticas e os efemerópteros. Os líquens se destacam como os mais frequentes indicadores de qualidade do ar. Além deles, cabe ressaltar Lolium multiflorum (azevém) e Tradescantia pallida (coração-roxo), como bioindicadores frequentemente utilizado para medir a poluição atmosférica. Os resultados demostraram que diversos organismos são utilizados como indicadores biológicos de degradação ambiental. Muitos dos organismos utilizados como bioindicadores proporcionam resultados confiáveis, rápidos e com baixo custo. Além disso, possuem vantagens em relação aos indicadores físicos e químicos. Assim, é importante que os órgãos públicos exijam a utilização de bioindicadores na avaliação da degradação ambiental e no monitoramento ambiental.
ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA E DA PERCEPÇÃO DE SEUS BENEFÍCIOS PELA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE TRÊS RIOS-RJ
AUTOR: Débora Chaves Faria / ORIENTADOR: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
O presente trabalho objetivou estudar a arborização urbana no Município de Três Rios-RJ e analisar a percepção da população sobre os benefícios das árvores no meio urbano. Foi realizado o censo da arborização de três ruas dos bairros Centro e Vila Isabel. Para avaliar a percepção da população sobre a arborização urbana, foram aplicados 100 questionários aos moradores de cada bairro. Foram encontradas 139 plantas no Centro (0,61 árvores/ 10 m de calçada), pertencentes a 25 espécies. Na Vila Isabel foram encontradas 9 árvores (0,05 árvores/ 10 m de calçada), pertencentes a 7 espécies. A porcentagem de árvores em conflito com a rede aérea foi de 69,32% e a porcentagem de árvores causando danos às calçadas foi de 62,00%. Do total de espécies inventariadas no estudo, 57,15% são exóticas extra território brasileiro, 38,09% são nativas da Mata Atlântica e 4,76% são exóticas extra bioma. Dentre todas as espécies inventariadas no estudo 73,19% são recomendadas para arborização e 21,81% não são recomendadas, segundo bibliografia especializada. Dentre as espécies amostradas, as mais promissoras para uso na arborização urbana, buscando minimizar os danos a calçadas e à rede aérea, são Bauhinia aff. Purpúrea L., Cassia fistula L.e Licania tomentosa (Benth.) Fritsch. O Centro é mais arborizado que a Vila Isabel, o que se reflete na avaliação realizada pelos moradores dos dois bairros. Os moradores do Centro se mostraram mais satisfeitos com a arborização do seu bairro que os moradores da Vila Isabel.
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE DE OLARIA E CERÂMICA
AUTOR: Dayana Aparecida da Silva / ORIENTADOR: THAIS ALVES GALLO ANDRADE
A atividade de cerâmica no Brasil começou com os índios que produziam potes, jarros, copos e outros artefatos. O registro arqueológico revela que a primeira cerâmica mais ocorreu no estado do Pará, pois utilizava diversas técnicas. No período colonial houve a separação entre “cerâmica” e “olaria”. O setor ceramista é dividido em nove segmentos, que são: abrasivo; cerâmica branca; cerâmica de alta tecnologia; cerâmica vermelha; fritas e corantes; isolantes térmicos; materiais refratários; materiais de revestimento; vidro, cimento e cal. Neste trabalho são apresentados os diagnósticos ambientais e as questões referentes ao licenciamento ambiental das atividades de cerâmicas vermelhas e fritas. A cerâmica vermelha produz tijolos, telhas, tubos cerâmicos, entre outros, que são utilizados na construção civil. No Estado do Rio de Janeiro a cerâmica vermelha utiliza 70% de argila produzida no estado. Os polos de Campos Goytacazes, Itaboraí, Médio Vale do Paraíba do Sul são os principais produtores no estado do Rio de Janeiro. A cerâmica de fritas fabricam produtos que após a segunda queima adquire um aspecto vítreo. A cidade de Cunha/SP possui 18 ateliês de cerâmica, sendo cinco com fornos noborigama, com isso, é considerado um importante polo ceramista da América do Sul, pois é a única no Brasil com esta concentração deste tipo de fornos fora do seu país de origem. A pesquisa tem como objetivo a realização de levantamento dos aspectos ambientais e a elaboração de boas práticas no gerenciamento ambiental das atividades de cerâmica, a partir do estudo de caso realizado nos municípios de Três Rios/RJ, Itaboraí/RJ, Paraíba do Sul/RJ e Cunha/SP. Na atividade de cerâmica é obrigatória a obtenção de licença ambiental, por utilizar recursos minerais conforme a resolução do CONAMA n° 237/1997. O licenciamento ambiental pode ser realizado pelo município onde o empreendimento está localizado ou pelo órgão ambiental do estado responsável. Para o ceramista obter a licença ambiental é necessário seguir alguns procedimentos, um deles é ter a autorização do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) para poder explorar argila. No Estado do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) por meio da Resolução INEA n° 52/2012 estabeleceu o potencial poluidor da atividade de cerâmica. No Estado de São Paulo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) através da decisão da Diretoria CETESB nº 025 de 2014 classifica o porte e a classe de empreendimento de extração de argila conforme a decisão. No processo de produção de tijolos e de peças em cerâmica artesanal são gerados impactos ambientais negativos, como: alteração da qualidade do ar, assoreamento, alteração das condições de existência da fauna e flora local, incomodo aos vizinhos, dentre outros. A atividade cerâmica pode causar diversos danos ambientais no caso do manejo inadequado. O licenciamento ambiental é uma ferramenta importante para as atividades de cerâmicas porque garante a minimização dos danos ambientais.
DINÂMICA DO CRESCIMENTO URBANO-INDUSTRIAL DO MUNICÍPIO DE TRÊS RIOS: IMPACTOS AMBIENTAIS E VULNERABILIDADE SOCIAL
AUTOR: David Neves de Oliveira / ORIENTADOR: Julianne Alvim Milward de Azevedo
O acelerado crescimento urbano brasileiro associado ao processo de industrialização das últimas décadas vem contribuindo diretamente com a concentração e produção de intensas desigualdades socioterritoriais nas cidades, além de pressionar cada vez mais os recursos naturais. É importante observar que o processo de urbanização e expansão das cidades não se dá sem desdobramentos, por isso, muitas das vezes esse processo vem acompanhado por diversos impactos socioambientais, agravando-se com a falta de planejamento urbano e a ausência de políticas públicas. Entretanto, problemas de planejamento municipal não são exclusivos das grandes metrópoles, situações críticas também são vislumbradas em municípios de pequeno e médio porte, como verificado no Município de Três Rios, cidade foco do estudo em questão. É diante desse contexto que o propósito desse trabalho se coloca em delinear os impactos ambientais e as vulnerabilidades sociais decorrentes da ocupação desordenada do solo e das atividades produtivas, em especial do setor industrial no perímetro urbano do município de Três Rios. A pesquisa realizada caracteriza-se pelo seu caráter exploratório, analítico-descritivo e constitui-se em um estudo de caso, em virtude do tema abordado apresentar-se restrito a um município do Estado do Rio de Janeiro. No entanto, para o desenvolvimento do presente trabalho, a pesquisa subdividiu-se em três etapas. A primeira etapa consistiu no levantamento de dados secundários, a segunda na visita a campo e por último a aplicação de 200 questionários subdivididos em igual número em quatro bairros do município. Sendo eles: Cantagalo, Centro, Ponte das Garças e Vila Isabel. Frente ao crescimento industrial, tem-se observado a ampliação do número de empregos formais no município, especificamente no grau de empregabilidade da população residente no entorno das unidades industriais, ao mesmo tempo que seus impactos negativos pouco são mencionados pela população. Verifica-se de uma maneira geral, que problemas como poluição, desmatamento, enchente, violência, infraestrutura pública, lixo, tráfico e consumo de drogas e outros não tiveram diferença significativa entre as localidades, e que em menor ou maior grau eles se repetem em todas as regiões analisadas. Contudo, não se pode negar que o centro da cidade por seu alto grau de valorização e grandes investimentos por parte do poder público, contempla as melhores condições de infraestrutura e menores riscos ambientais, diferentemente das situações encontradas em outras localidades, em que a pobreza da população interfere de forma aguda nas condições ambientais locais. Ressalta-se por fim, a necessidade de aprofundar e expandir o estudo para as demais regiões do município de Três Rios, a fim de identificar o grau de vulnerabilidade socioambiental que essas populações estão submetidas para posteriormente classificá-las de acordo com sua realidade e traçar estratégias para minimizar os problemas apresentados.
VALOR DE USO: ESTUDO DE CASO SOBRE O PARQUE DAS ÁGUAS MINERAIS SALUTARIS, PARAÍBA DO SUL, RJ
AUTOR: Danilo Argôlo de Souza / ORIENTADORES: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA e Rafael Vieira da Silva
A valoração ambiental busca fornecer informações a respeito dos recursos ambientais, de maneira que possam auxiliar na formulação de políticas públicas, que objetivam os princípios da conservação e preservação dos recursos, e subsidiar ações mitigadoras de degradação ambiental. Diante disso, este estudo objetivou analisar o perfil dos usuários e realizar a valoração econômica do Parque das Águas Minerais Salutaris, em Paraíba do Sul - RJ. Os dados utilizados na pesquisa foram obtidos a partir de entrevistas individuais realizadas aos sábados e domingos nos meses de janeiro e fevereiro de 2014. Foram aplicados um total de 103 questionários para avaliar o perfil dos visitantes e a obtenção da disposição a pagar (DAP), utilizando o método de jogos de leilão (bidding game). As variáveis coletadas para analisar o perfil dos usuários do Parque das Águas Minerais Salutaris foram analisadas pelas suas distribuições de frequências. Foi observado que 69 dos entrevistados são do sexo masculino (67,0 %) e 34 são do sexo feminino (33,0 %). Quanto a cidade que residem, 74,8 % são moradores de Paraíba do Sul e 25,2 % são de outras localidades. A maioria dos visitantes recebe de 1 a 3 salários mínimos (46,6 %). Em relação a frequência de visitação, 23,3 % responderam ser a primeira vez que visitavam o Parque, 39,8 % o frequentam de duas a três vezes por semana, 10,7 % frequentam diariamente e 26,2 % o fazem ao menos uma vez por mês. Das motivações para a visitação, 49,5 % dos entrevistados utilizam o Parque apenas para o seu lazer, 7,8 % para realizar prática de exercícios ou de esportes, 4,9 % estavam a trabalho e 37,9 % estavam com objetivo de coletar água do fontanário local. Os resultados mostraram que 52,4% dos entrevistados estão dispostos a pagar pela conservação do Parque e chegou-se a um valor de uso R$ 8,52 por entrada. Assim, uma expressiva parcela dos usuários do Parque das Águas Minerais Salutaris está disposta a pagar um valor para a manutenção e conservação do local. Foi observada uma porcentagem alta de recusas ao pagamento interpretadas sob o viés de protesto contra o Estado, que pode ser explicada devido à alta carga tributária do país e a insatisfação político-econômica dos brasileiros.
EVOLUÇÃO RECENTE DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AUTOR: Daniel Marques Pinto / ORIENTADORES: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA e Sady Júnior Martins da Costa de Menezes
As unidades de conservação da natureza têm se mostrado úteis para a conservação dos ecossistemas em longo prazo. No Brasil, as unidades de conservação (UC) estão divididas em dois grupos (Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável) e doze categorias, podendo ser federais, estaduais ou municipais. A criação de UC municipais vem sendo incentivada por mecanismos como o ICMS ecológico, que é uma compensação e incentivo aos municípios que adotam uma conduta conservacionista. O trabalho objetivou analisar o incremento no número e na área ocupada por UC municipais no Estado Rio de Janeiro, além de avaliar a sua gestão e a frequência dos grupos e categorias. Dados sobre as unidades de conservação existentes no Estado foram obtidos para os anos de 2010, 2011, 2012 e 2013, através de relatórios presentes no site da Secretaria de Estado do Ambiente. Obteve-se a quantidade, a área ocupada e o grau de implementação das unidades de conservação. O grau de implementação I corresponde a uma unidade apenas legalmente constituída, o II é dado a uma unidade parcialmente implementada e IV a uma unidade totalmente implementada. Foi calculada a distribuição de frequência das UC municipais dos grupos de Proteção Integral e de Uso Sustentável. Atualmente, as UC municipais do grupo de Uso Sustentável constituem 57,25 % do total e as de Proteção Integral representam 42,37 %. A categoria Reserva Natural Municipal (não prevista no SNUC) representa 0,38 % do total. A área total ocupada por UC municipais de Uso Sustentável é de 86,30 % do total, enquanto que a área ocupada por unidades de Proteção Integral representa apenas 13,69 %, onde predominam os Parques Naturais Municipais. As Áreas de Proteção Ambiental se destacam por sua elevada frequência e por corresponderem a 96,65 % da área total de unidades de conservação de Uso Sustentável. O número de unidades de conservação em 2013 (262) é mais que o dobro do número observado em 2010 (121). Esse expressivo aumento ocorreu tanto para as unidades do grupo de Proteção Integral quanto do grupo de Uso Sustentável. Logicamente, a área total protegida também aumentou de 2010 (166.936,4 ha) para 2013 (256.590,1 ha). Entretanto, esse aumento não foi acompanhado por uma melhor gestão das unidades de conservação, pois 66,7% das áreas protegidas apresentam grau de implementação I e 22,2% apresentam grau de implementação II. O aumento do número de UC municipais provavelmente está ligado ao ICMS ecológico, que pode ser um importante mecanismo para a conservação das espécies e dos recursos naturais na Mata Atlântica. Todavia, até o momento, a gestão da maioria das unidades de conservação não é adequada, pois carece em investimentos em infraestrutura, pesquisas científicas e corpo técnico adequado para garantir a manutenção da biodiversidade e dos serviços ambientais associados.
ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DA CRIAÇÃO DE BOVINOS E EQUINOS
AUTOR: Clarisse da Silva Guimarães / ORIENTADORES: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA e Fabíola de Sampaio Rodrigues Grazinoli Garrido
O objetivo deste trabalho foi avaliar os impactos ambientais da criação de equinos e bovinos, o que pode ser útil para minimizar impactos ambientais negativos, licenciar empreendimentos e elaborar Sistemas de Gestão Ambiental. Foi realizado o levantamento das atividades necessárias para a criação de bovinos e equinos e, posteriormente, os impactos ambientais derivados dessas atividades foram identificados e classificados. Além disso, foram propostas medidas para minimizar a magnitude dos impactos ambientais negativos detectados. Foram previstos vários impactos ambientais negativos advindos da criação de equinos e bovinos, entre eles estão a poluição sonora, visual e atmosférica, com efeitos sobre a qualidade de vida das pessoas e sobre o clima do planeta. Além disso, comprometem os recursos hídricos e o solo, em que há alterações químicas e físicas, e também é uma atividade que contribui para a redução desses recursos naturais. Também constatou-se a possibilidade de ocorrerem problemas de saúde para o ser humano, para os próprios bovinos e equinos. Vários ciclos de vida de parasitas dependem desses animais como hospedeiros. Adicionalmente, a fauna e flora nativa também podem ser afetadas negativamente por esses empreendimentos. Por outro lado, identificou-se que, em função da forma de administração da propriedade rural e das práticas utilizadas, podem ocorrer melhorias nas condições do solo, aumento do valor da propriedade, geração de emprego e renda, aumento da oferta de alimentos e movimentação da economia. Os impactos ambientais negativos com maior grau de significância foram o aumento de incidência de queimadas, a poluição da água, a poluição atmosférica, o assoreamento de cursos d’água, a redução da disponibilidade de recursos naturais e de energia, a perda de habitats nativos, o aumento da erosão e perda de solo. No entanto, foi possível propor medidas mitigadoras ou compensatórias para todos impactos ambientais negativos observados. Assim, pode-se concluir que a criação de bovinos e equinos causa vários impactos ambientais positivos e as alterações ambientais adversas provocadas por essas atividades podem ser reduzidas com a adoção de medidas mitigadoras adequadas.
GESTOR AMBIENTAL COMO ARTICULADOR DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL
AUTOR: Carolina Coelho Molina / ORIENTADOR: Fabíola de Sampaio Rodrigues Grazinoli Garrido
Através deste trabalho foi possível se discutir que, apesar de a formação de profissionais responsáveis em transmitir o conhecimento em Educação Ambiental ser precariamente abordada nos currículos, promovendo-se práticas superficiais e que pouco aguçam o senso critico dos educandos. É possível introduzir planos de trabalho muito frutíferos no que tange o processo ensino-aprendizagem entre crianças. A PNEA - Politica Nacional de Educação Ambiental criada em 1999 dispõe sobre a Educação Ambiental e sua importância na construção de valores sociais, habilidades, atitudes e competências para a conservação do meio ambiente, porém as práticas se perdem e se confundem ao serem transmitidas. A responsabilidade na maioria das vezes não é do educador e sim do processo de formação que deixa de incluir a Educação Ambiental como matéria primordial na construção, social, solidária e cidadã do educador. Na Educação Infantil a principal ferramenta de aprendizado são os sentidos, a criança ainda não desenvolveu plenamente sua oralidade e sua linguagem escrita, portanto a aprendizagem é feita através de experiências sensórias. Sendo assim, é possível criar práticas educativas que vão além, que fujam do senso comum. É imprescindível criar um ambiente questionador onde se discute a raiz dos problemas ambientais e não apenas o objeto fim. O Gestor Ambiental tem um papel importantíssimo nessa questão, pois ele detém o conhecimento multidisciplinar necessário para abordar questões modificadoras no trabalho pedagógico. Através desse estudo, foi possível delinear questões importantes para a gestão ambiental ainda na fase pré-escolar. A percepção de quatro temas: lixo, o homem e a natureza; recursos hídricos e ecologia são possíveis de serem trabalhados integralmente, mesmo dispondo de materiais simples e de experimentação sensório-motora.
INFRAESTRUTURA VERDE COMO MEDIDA DE PREVENÇÃO E MITIGAÇÃO DE DESASTRES NATURAIS – ESTUDO DE CASO MURIAÉ/MG
AUTOR: Carla Barroso Morcerf / ORIENTADORES: Erika Cortines e FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
A realidade climática urbana e as mudanças climáticas globais impuseram novos desafios para o administrador público. Desastres naturais e os transtornos advindos das chuvas intensas na área urbana afetam um grande numero de brasileiros, uma vez que por volta de 84% da população vive nesses centros. O uso desordenado do solo, a ocupação de áreas de risco, a mudança do albedo da atmosfera das cidades, somados aos processos de urbanização geram aumento do escoamento superficial e criam um ambiente propicio a desastres naturais relacionados à chuva. A cidade de Muriaé-MG possui um histórico de enchentes que causam grandes perdas econômicas, sociais e ecológicas. O objetivo deste trabalho foi levantar informações sobre os desastres naturais e suas principais consequências nas áreas urbanas e propor medidas de boas práticas de drenagem para mitigação dos efeitos adversos. Para isso foi realizado uma pesquisa bibliográfica sobre os temas de drenagem urbana e infraestrutura verde. Como estudo de caso sobre os principais desastres relacionados à chuva foram analisados os dados dos desastres do período de 2007 a 2013; fornecidos pela Defesa Civil do Município de Muriaé-MG. Após a análise destes dados, os bairros indicados para implantação das infraestruturas verdes foram: José Cirilo, Santana, Barra, São José, Centro, Dornelas, Napoleão, União, Santa Terezinha e Encoberta. O critério de escolha foi a frequência com que foram afetados durante os anos de 2007 a 2013. De acordo com a revisão bibliográfica, as principais medidas de infraestrutura verdes indicadas para mitigação dos efeitos de enchentes foram: alagados construídos, pavimento permeável, espaços para amortecimento das cheias, biovaletas, jardins de chuva e pavimento poroso. Conclui-se que a infraestrutura verde pode auxiliar no equilíbrio do ciclo hidrológico na cidade de Muriaé e agir como uma importante medida de adaptação e mitigação de desastres naturais no âmbito da drenagem urbana.
FORMIGAS-CORTADEIRAS: DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA NO BRASIL, PLANTAS ATACADAS E ESTIMADORES DE DENSIDADE
AUTOR: Camila Raisa dos Santos Pinto / ORIENTADOR: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
O presente estudo teve como objetivo geral agregar informações sobre as formigas-cortadeiras do Brasil e contribuir para o aperfeiçoamento do seu manejo em áreas cultivadas através da obtenção de estimativas confiáveis da densidade de ninhos. Através de pesquisa bibliográfica, foi realizada a coleta de dados sobre a distribuição geográfica de espécies e subespécies de formigas-cortadeiras (gêneros Atta e Acromyrmex) e as plantas que atacam. Também foi realizado o levantamento de ninhos de espécies do gênero Atta em propriedades rurais do município de Paraíba do Sul–RJ para avaliar a precisão de métodos para estimar a densidade de ninhos. Constatou-se que 29 espécies e subespécies do gênero Acromyrmex e 12 espécies e subespécies do gênero Atta ocorrem no Brasil. Verificou-se que 19 espécies e subespécies deAcromyrmex ocorrem na região Sudeste, 19 na região Sul, 15 na região Nordeste, 12 na região Centro-Oeste e 10 na região Norte. Em relação ao gênero Atta, sete espécies ou subespécies ocorrem na região Sudeste, sete na região Centro-oeste, seis na região Nordeste, quatro na região Sul e três na região Norte. Os menores erros de estimativa da densidade de ninhos foram observados com o método de Cottam& Curtis. Foi possível constatar que a literatura científica é vasta para as espécies e subespécies que causam danos significativos nas plantas cultivadas, mas as espécies sem importância econômica são relativamente pouco estudadas. Os gêneros Atta e Acromyrmex ocorrem em todos os estados brasileiros e algumas espécies possuem uma grande distribuição geográfica, ocorrendo em todas as cinco regiões do país e vários biomas. Por outro lado, existem algumas espécies que têm distribuição geográfica mais limitada e duas espécies estão ameaçadas de extinção. Até mesmo devido à ampla distribuição geográfica, as formigas-cortadeiras atacam um elevado número de plantas cultivadas. O estimador de Cottam& Curtis mostrou-se como o mais promissor para estimar com precisão a densidade de ninhos de saúvas em áreas com culturas agrícolas.
A GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL: O CASO DE INDÚSTRIAS ALIMENTÍCIAS DE TRÊS RIOS-RJ
AUTOR: Beatriz dos Anjos Furtado / ORIENTADORES: Gilson Vieira da Fonseca Faria e Camila Avosani Zago
A gestão ambiental tem ganhado relevância nos últimos tempos. A preocupação com o meio ambiente tem se refletido nas legislações e regulamentações de diversos produtos e serviços, assim como nas companhias e indústrias. No entanto, mesmo com a importância de se gerir as atividades organizacionais de maneira sustentável e tentando atender a essas leis e os consequentes benefícios advindos da preocupação ambiental, existem dificuldades e limitações na implementação de práticas ambientais. O setor industrial alimentício, apesar da crise econômica atual, continua sendo um dos maiores setores industriais brasileiros, com o município estudado não é diferente. Três Rios é um município do estado do Rio de Janeiro que há seis anos tem recebido inúmeras empresas e indústrias devido a lei municipal de incentivo fiscal, tornando-se um atrativo para investidores. O setor alimentício no município estudado é um dos maiores, e possui a fábrica com maior quantitativo de funcionários dentre todas as companhias trirrienses, além de possuir indústrias multinacionais e exportadoras. O município possui 108 indústrias, segundo a Secretaria de Indústria, Comércio e Trabalho de Três Rios, sendo 16 alimentícias. Com esses dados busca-se responder a pergunta problema desta pesquisa: como as indústrias alimentícias de Três Rios, de diferentes portes, respondem às práticas de gestão ambiental empresarial? Tratando-se de uma pesquisa de natureza exploratória e qualitativa, foram feitos levantamentos bibliográficos. Escolheu-se o estudo multicasos como metodologia, e a entrevista como técnica para obtenção de dados. Foram selecionadas indústrias presentes tanto no cadastro da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN quanto no da Secretaria de Indústria do município, contabilizando sete empresas, com seus portes identificados. Dessas empresas, foram entrevistadas quatro indústrias alimentícias de diferentes portes (micro, pequeno, médio e grande), de acordo com o parâmetro do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE, que se baseia no quantitativo de colaboradores. Essas indústrias produzem diferentes tipos de alimentos, variando desde laticínios até carne bovina. Dentre as quatro indústrias entrevistadas, somente as de médio e grande porte possuem setor de meio ambiente. Mesmo que todas as indústrias estudadas tenham percepção acerca do meio ambiente, o desenvolvimento e implementação de práticas ambientais aumentou de acordo com o porte das indústrias, sendo que as de menor porte (micro e pequena) possuem atividades ligadas ao atendimento às legislações, em sua maioria. Todas as indústrias encontraram dificuldades em por em prática a gestão ambiental empresarial e, mesmo sendo diferentes umas das outras, a dificuldade mais comum encontrada foi referente aos custos. Por mais que a gestão ambiental seja importante nas indústrias e nas empresas ainda há desconhecimento da área, que pode ser justificado por ser um assunto novo. Verificou-se, assim, que mesmo com as limitações, as indústrias pesquisadas tem se voltado para práticas ambientais e estão colocando em prática ações que visam a melhoria dos aspectos ambientais, mesmo que de maneira diversificada entre os portes e em diferentes intensidades.
ANÁLISE DAS FRAÇÕES DE NITROGÊNIO NO RIO PARAÍBA DO SUL, NO TRECHO DA CIDADE DE TRÊS RIOS – RJ
AUTOR: Bárbara Dias de Miranda / ORIENTADORES: Fabíola de Sampaio Rodrigues Grazinoli Garrido e Olga Venimar de Oliveira Gomes
O nitrogênio é um elemento essencial à vida na Terra, entretanto, normalmente a detecção de suas espécies em concentrações muito altas nas águas naturais apontam atividades de degradação ao meio ambiente. O presente estudo teve como objetivo avaliar espacial e temporalmente as frações de nitrogênio no rio Paraíba do Sul, no trecho do município de Três Rios, região centro-sul fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Para tanto, foram realizadas duas campanhas de amostragem de água nos meses de outubro de 2015 (período de seca) e janeiro de 2016 (período chuvoso). As amostras foram coletadas em quatro pontos distintos. Posteriormente, foram realizadas análises químicas para determinar frações nitrogenadas (nitrogênio total, nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e nitrato), além de medidas de carbono orgânico dissolvido. Os resultados foram comparados com os valores máximos permitidos descritos na Resolução CONAMA 357/2005, e a interpretação dos dados das espécies de nitrogênio basearam-se nas atividades antrópicas desenvolvidas em Três Rios. O nitrogênio total variou entre 1,83 a 2,04 mg/L na campanha de outubro/2015 e na campanha de janeiro/2016, período de chuva, apresentou as maiores variações entre 5,48 a 11,47 mg/L. O nitrogênio mineral, relacionado aos efluentes lançados nos corpos hídricos da região foi utilizado como indicador de contaminação antrópica. O N-NH4+ variou entre 0,08 a 0,12mg/L no mês de seca (outubro/2015), o N-NO2- de 0,02 a 0,03 mg/L para ambas as campanhas e o N-NO3- forma mais estável, ficou entre 0,43 a 0,79 mg/L. No mês de chuva (janeiro/2016) o N-NH4+ variou entre 0,03 a 0,12mg/L e o N-NO3- de 0,93 a 1,74mg/L. O nitrogênio orgânico no mês de outubro/2015 teve uma variação de 1,08 a 1,30 mg/L, enquanto que no mês de janeiro/2016 teve uma variação substancial, com uma margem de 3,62 a 10,29 mg/L. O aumento substancial da fração nitrogenada em período chuvoso apontou que as maiores contribuições de nitrogênio em Três Rios provém do solo muito degradado e intensamente erodido, situado principalmente nas áreas de pastagens que ocupam cerca de 68% do município. A razão C:N variou entre 0,42 a 3,32 e apresentou relação inversa com a vazão do rio, onde no mês com maior vazão ocorreram os menores valores indicando o aporte de sedimentos com matéria orgânica biodegradada no corpo hídrico. Nenhuma fração nitrogenada estudada apresentou valores acima do limite permitido concluindo ainda que apesar da cidade de Três Rios despejar in natura o efluente doméstico no rio Paraíba do Sul, o corpo hídrico ainda consegue diluir os contaminantes (NH4+, NO2- e NO3-).
USO, OCUPAÇÃO E MODIFICAÇÃO DA PAISAGEM NO ENTORNO DA LAGOA DA TIJUCA NA BARRA DA TIJUCA – RJ
AUTOR: ARTHUR SANTOS BASILIO / ORIENTADOR: FÁBIO CARDOSO DE FREITAS
Este trabalho versa sobre o uso e ocupação do entorno da Lagoa da Tijuca, na Barra da Tijuca, RJ, e visa diagnosticar áreas onde a modificação da paisagem é evidente com a indefectível ação humana de poluição e degradação. Aborda sobre o uso e ocupação das ilhas urbanizadas da Lagoa da Tijuca, que sofrem com o intenso processo de urbanização e falta de planejamento, e parques ecológicos no entorno da mesma. Foram feitas 6 visitas embarcadas a área de estudo para tomadas de fotografias, com a visitação terrestre foram obtidos relatos de moradores, foi realizado pesquisas em sítios eletrônicos do governo e no Google Scholar sobre a evolução da ocupação daquela área e artigos científicos sobre as associações de fauna e flora local. Registros fotográficos foram tomados para serem usados juntamente a registros históricos para relatar o momento atual. Os resultados mostram que há descaso total por parte do poder público em pontos cruciais que afetam a ecologia do local causando poluição e contaminação das águas, além da modificação da paisagem. Foram encontrados pontos de despejo de esgoto, supressão vegetal e assoreamento na área de estudo. Por outro lado, mostra também que o conceito de ecogênese, palavra chave do trabalho e conceito crucial, é aplicada em alguns aspectos. Animais silvestres foram encontrados com facilidade, inclusive o jacaré-de-papo-amarelo, ameaçado de extinção. Todos esses fatores causam consequências ao potencial biológico e econômico da Lagoa, é necessário um planejamento para a área. A resiliência encontrada na Lagoa da Tijuca pode não ser suficiente caso alguma medida não seja tomada.
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS NA CIDADE DE TRÊS RIOS – RJ: UM ESTUDO DE CASO NA AREA SOCIOAMBIENTAL
AUTOR: Angélica de Oliveira Soares / ORIENTADORES: Fabíola de Sampaio Rodrigues Grazinoli Garrido e
O terceiro setor visa atender às demandas socioambientais da sociedade que são negligenciadas pelo Estado (primeiro setor) e não atendidas pelas empresas (segundo setor). São entidades civis, sem fins lucrativos, que em sua maioria surgem como produto da organização popular em prol de melhorias para o coletivo e desempenham diferentes funções. As instituições mais conhecidas dentro do terceiro setor são as Organizações Não Governamentais- ONGs. Essas exercem um papel fundamental, atuado em diferentes áreas como: educação, saúde, meio ambiente, esporte, assistência social entre outros. O objetivo desse trabalho foi analisar a contribuição dessas instituições na formulação de políticas públicas e no enfrentamento das problemáticas socioambientais. Foram utilizadas como instrumentos de análise três ONGs da cidade de Três Rios, que atuam em diferentes vertentes e contribuem para a redução do impacto de problemáticas socioambientais na região. As organizações foram desidentificadas pela autora, com o intuito de preservar a imagem dessas e dos seus beneficiários, doravante denominando-as A, B e C, ao desenvolver a pesquisa participativa para intervir na realidade comunitária. As organizações não-governamentais desta pesquisa contribuem de forma efetiva no enfrentamento dos problemas socioambientais na cidade de Três Rios desenvolvendo ações como aula de dança, música, luta, projetos de educação ambiental, doação e plantio de mudas e outras atividades que buscam reduzir problemas de diferentes esferas. Foi perceptível a importância dessas e de suas atividades. Tratam-se, portanto, de entidades que exercem de forma altruísta trabalhos que vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida através dos projetos que desenvolvem. Entretanto, é importante salientar que o papel dessas organizações deve-se somar às políticas públicas efetivas para suprir as demandas da região, sendo necessário que essas tenham conhecimento do potencial técnico e humano que possuem para dialogar com as diferentes esferas, no sentido de buscar a atenção dos órgãos públicos para as problemáticas que enfrentam. O terceiro setor pode contribuir para mitigar problemas sociais, econômicos e ambientais. No entanto, não deve absorver a responsabilidade do Estado, mas sim trabalhar junto com ele. Outra ponderação que surgiu desse estudo foi em relação ao distanciamento entre o terceiro setor e a academia. Vários aspectos técnicos foram elencados devido à intervenção de uma acadêmica de Gestão Ambiental. Isto posto, há que se avaliar a necessidade de estreitamento entre essas duas esferas – a academia e o terceiro setor. Propostas de reestruturação do quadro técnico, ações de educação ambiental e suporte científico podem ser caminhos importantes para garantir que as organizações superem o cunho assistencialista e sejam marcadas por uma concreta transformação social
MAPEAMENTO SOCIOECONÔMICO DOS VISITANTES DA PARTE BAIXA DO PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA/RJ
AUTOR: Ana Carolina Oliveira da Silva / ORIENTADORES: Julianne Alvim Milward de Azevedo e FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
O aumento do número de pessoas que buscam o convívio em ambientes naturais, a prática das atividades ao ar livre e o ecoturismo, agravam a necessidade de adequação das unidades de conservação para receber esse uso, através de ações de planejamento e manejo. Estudar as áreas de preservação é importante para verificar se o seu propósito de conservação dos recursos naturais está sendo cumprido; bem como, avaliar a interação entre ela e seus visitantes, os impactos que a visitação pode causar e como minimizá-los. É nesse contexto que o presente trabalho se situa: Traçar o perfil socioeconômico dos visitantes do Parque Nacional do Itatiaia, especificamente da parte baixa, a fim de obter um maior conhecimento sobre suas atividades no Parque. Isso vai gerar subsídios que podem ser utilizados para o desenvolvimento de estratégias para a implantação de uma gestão que seja eficaz nessa unidade de conservação. A pesquisa caracteriza-se pelo seu caráter exploratório e analítico-descritivo. Foram utilizados para a sua investigação: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, além de se constituir em um estudo de caso. Constatou-se que grande parcela dos visitantes é oriunda da região do entorno do Parque e, elas de uma forma geral valorizam a visita ao local frente à paisagem considerada natural e de grande beleza, e que a principal motivação quanto ao seu uso encontra-se centrado nas atividades de lazer, daí a maior demanda em serviços de apoio para essas atividades, em especial na área de alimentação. Não foi constatada preocupação desses visitantes quanto às atividades que envolvam questões ambientais sob a perspectiva conservacionista ou preservacionista dessa unidade de conservação.