MUDANÇAS A LONGO PRAZO (2010-2019) NA COMUNIDADE DE PEIXES RECIFAIS DA ILHA DE BÚZIOS, BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ

Postado em 9 de junho de 2021   -   Tempo de leitura: 0 min.   -   Ver mais Monografias dos discentes do Campus Três Rios  
AUTOR
Maria Julia Santos Peixoto
ORIENTADOR
Leonardo Mitrano Neves
RESUMO
Os estudos que investigam as mudanças temporais em comunidades marinhas são fundamentais para o estabelecimento de patamares de referência e para a elaboração de medidas de conservação e manejo efetivas, baseadas nas respostas da biota as influências ambientais e antrópicas. O presente estudo investigou as mudanças temporais da comunidade de peixes recifais da ilha de Búzios, baía da Ilha Grande, Angra dos Reis, entre os períodos de 2010/2011 e 2019. Esta ilha pertence a Unidade de Conservação de Proteção Integral denominada Estação Ecológica de Tamoios. Os parâmetros da comunidade de peixes conhecidos por responderem aos impactos antrópicos como destruição de habitats e sobrepesca (número de espécies, número de indivíduos e abundância de espécies alvo da pesca) foram monitorados para as zonas abrigadas e expostas à ação das ondas da ilha de Búzios, buscando entender os efeitos de proteção da ESEC Tamoios para a conservação de espécies de peixes recifais. A análise multivariada de variância permutacional (PERMANOVA) e a Análise de Coordenadas Principais (PCO) foram realizadas para testar e visualizar as mudanças na estrutura da comunidade, riqueza e abundância entre os períodos (2010, 2011 e 2019) e as zonas (abrigada e exposta). A comunidade de peixes mudou de uma estrutura mais diversa, com maior número de espécies dominantes, riqueza e abundância de grupos chave e importantes para a pesca (ex. peixes-papagaio) para uma comunidade menos diversa, dominada somente por predadores de invertebrados móveis e onívoros. Tais mudanças temporais foram mais expressivas nas áreas expostas à ação das ondas, que tiveram uma redução na riqueza de espécies, apesar da existência da UC de proteção integral. A pressão de pesca e impactos sobre os organismos bentônicos podem estar associados a diminuição da riqueza e da abundância de espécies alvo observadas nesse estudo. Os resultados apontam para a necessidade de ampliação de medidas de fiscalização e manejo na ilha, bem como a implementação dos planos de recuperação de espécies de peixes na zona de amortecimento.




MONOGRAFIA



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