ESTUDO DE ATROPELAMENTO ANIMAL NO TRECHO DA RODOVIA BR 101/RJ NAS MARGENS DO PARQUE ESTADUAL CUNHAMBEBE, RIO DE JANEIRO: PROPOSTAS DE MEDIDAS PREVENTIVAS COM ÊNFASE EM ECOLOGIA DE ESTRADAS

A realização desse trabalho justifica-se pela escassez de dados sobre o monitoramento do atropelamento de fauna na rodovia BR 101/Rio de Janeiro, que margeia o Parque Estadual Cunhambebe. O objetivo foi realizar um estudo sobre a mortalidade de fauna atropelada no trecho, localizado entre a cidade de Itaguaí, bairro Vale do Sahy, pertencente a cidade de Mangaratiba, no Estado do Rio de Janeiro. O estudo teve início em novembro de 2020. Foram contabilizados os dados iniciais que fazem parte do projeto da Unidade de Conservação Parque Estadual Cunhambebe, cujos objetivos principais foram monitorar o número de atropelamentos da fauna, contabilizar e identificar os animais mortos. Durante o período estudado foram identificados 54 óbitos de animais via colisão, e deste total 17 foram da espécie Hydrochoerus hydrochaeris sendo a espécie mais encontrada durante o monitoramento. Considerando que a velocidade máxima da via monitorada é de 100 km/h, os números de animais de pequeno porte talvez não tenham sido visualizados pela equipe de monitoramento por conta da alta velocidade empregada na via expressa. Dados sobre atropelamento de fauna precisam ser relacionados à Ecologia de Estradas, tornando possível a proposta de medidas efetivas de remediação e prevenção dos impactos negativos causados por acidentes ocorridos em percursos de alto tráfego de modais. As medidas de proteção e preservação da fauna na via monitorada são escassas ou praticamente ausentes. Os resultados apontam para a necessidade urgente de ações preventivas e mitigadoras que sejam viáveis e efetivas. Diante dos resultados foram propostas medidas de mitigação dos impactos da rodovia sobre a fauna local. Esta contabilização é preliminar e terá continuidade para que os dados gerados de atropelamento e morte de fauna durante a pandemia provocada pelo vírus Sars- Cov-2 que assola o Brasil desde 2020, possam ser comparados com períodos normais de circulação de modais e veículos de passeio. Estudos desta natureza podem comprovar se as restrições de circulação diminuem o número de animais mortos, quando comparados a outros estudos de anos anteriores.