AVERIGUAÇÃO DO CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO NA COMUNIDADE RURAL DO BREJAL, DISTRITO DE POSSE, PETRÓPOLIS, RIO DE JANEIRO

Postado em 15 de julho de 2019   -   Tempo de leitura: 0 min.   -   Ver mais Monografias dos discentes do Campus Três Rios  
AUTOR
Bruna Benazi Vieira
ORIENTADOR
Michaele Alvim Milward de Azevedo
RESUMO
A etnobotânica evidencia-se nos estudos científicos em virtude do vínculo entre a sabedoria popular e a ciência, abrangendo o conhecimento tradicional étnico e cultural, ligado ao uso de plantas medicinais e alimentícias. As comunidades rurais destacam-se por possuírem um relevante saber associado às plantas, tendo em vista a sua geração de renda apoiada na comercialização dos recursos ambientais. Este trabalho tem como objetivo contribuir para o conhecimento da diversidade de alimentícias, medicinais e alimentícias não convencionais em 15 propriedades rurais de produtos orgânicos do Brejal, no distrito de Posse, Petrópolis, Rio de Janeiro, fornecendo dados para a conservação através do manejo e uso sustentado dos recursos. Para a seleção de informantes foi utilizada a técnica de rede, conhecida como “Amostragem Bola de Neve”. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas por meio de roteiro com perguntas pré-elaboradas. As espécies de plantas medicinais e alimentícias foram coletadas, fotografadas e identificadas. Foram calculados a densidade e frequência das espécies nas lavouras. Uma matriz de presença e ausência foi utilizada para avaliar as relações de similaridade. Os 22 informantes citaram 186 espécies presentes em suas lavouras pertencentes a 53 famílias botânicas, sendo 185 medicinais e 65 plantas alimentícias não convencionais. As famílias Asteraceae (27 spp.), Lamiaceae (23 spp.) e Brassicaceae (13 spp.) destacaram-se com maior número de representantes. A folha é a parte mais utilizada para os preparos. Foram citadas 30 espécies obtidas através do extrativismo no entorno das propriedades, sendo a parte mais utilizada a casca do caule. Em relação às espécies obtidas no entorno das propriedades por meio do extrativismo, a família Fabaceae destacou-se com o maior número de espécies (5 spp.). O incentivo do poder público para produção e comercialização de plantas medicinais e alimentícias não convencionais ainda é precário, apesar de existir entidades que proporcionam cursos para os agricultores. O turismo rural na comunidade apresenta-se como propulsor do conhecimento dos turistas sobre os vegetais, além de proporcionar a percepção do manejo orgânico. Na comunidade estudada, a biodiversidade não é ameaçada devido aos sistemas produtivos orgânicos, devido a ausência de agrotóxicos, promovendo a segurança alimentar e nutricional. As plantas medicinais e PANC estão vinculadas ao sistema produtivo orgânico, estimulando seu manejo e introdução do uso medicinal e nutricional.



MONOGRAFIA



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