INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DA PAISAGEM NA ASSEMBLEIA DE PEIXES DE PRAIAS ARENOSAS DA BAÍA DA ILHA GRANDE – RJ

Postado em 21 de janeiro de 2019   -   Tempo de leitura: 0 min.   -   Ver mais Monografias dos discentes do Campus Três Rios  
AUTOR
Alan Silva Alves Bastos
ORIENTADOR
Leonardo Mitrano Neves
RESUMO
"Os ecossistemas costeiros encontram-se ameaçados por múltiplos distúrbios que operam em diferentes escalas espaciais, demandando uma ampliação no conhecimento dos fatores naturais e antrópicos que influenciam a composição e estrutura das assembleias. A intensa ocupação urbana em áreas costeiras oferece um desafio aos gestores ambientais que necessitam entender as relações entre as características da paisagem e a distribuição da biota para o delineamento e aplicação de medidas eficientes em conservação. Este estudo visa determinar como mudanças na estrutura da matriz de paisagem afetam os padrões espaciais das assembleias de peixes de praias da baía da Ilha Grande (BIG). Coletas de peixes em praias arenosas foram realizadas na baía da Ribeira (BR) em seis pontos de coleta, e na baía de Parati (BP) em quatro pontos. As áreas totais e a porcentagem de cobertura de quatro matrizes de habitats (manguezal, formação florestal, área antropizada e área edificada) foram registradas através de análises espaciais dentro de um raio de 2,4 km de cada ponto de coleta de peixes. A BR apresentou uma maior cobertura de manguezais (59,28%), formação florestal (59,54%) e área antropizada (67,55%), enquanto a BP apresentou a maior cobertura de área edificada (69,46%). Entretanto, a distância dos locais de coleta de peixes para áreas de manguezais na BP foi menor do que na BR. As baías variaram fortemente quanto ao número de espécies e indivíduos. O total de 18.280 peixes (4.749 na BR e 13.531 na BP) foi coletado, que pesaram 20.290,9g (7.203,9g na BR e 13.087g na BP). Foram coletadas 60 espécies (28 na BR e 50 na BP) em sua maioria de indivíduos jovens ou em fase pós-larval. Dois táxons destacaram-se como as mais abundantes, Atherinella brasiliensis (56,22% na BR e 15,39% na BP) e Anchoa spp. (34,01% BR e 76,72% BP), totalizando 90,23% da abundância de indivíduos da BR e 92,12% na BP. A variação do número de espécies e indivíduos na BIG pode ser associada ao mosaico da paisagem e a fatores que atuam em pequenas escalas, como o tipo de substrato e a profundidade. A população da BP concentra-se próxima ao centro da cidade, com poucos bairros afastados e dois dos locais amostrados ocorrem junto a manguezais e possuem substrato lodoso e baixas profundidades. Por outro lado, a BR apresenta áreas antropizadas ao longo de toda a costa, sendo presente em todos os pontos de coleta. A associação da porcentagem das matrizes do habitat com o número de espécies e indivíduos revelou que a ictiofauna da região é positivamente influenciada pelos manguezais e negativamente por áreas antropizadas e edificadas. Em maior escala, a proximidade de manguezais está relacionada ao conjunto de espécies disponível para colonizarem as praias adjacentes. Em menor escala, a predominância de substrato lodoso e baixas profundidades favorecem peixes jovens por conferir alimento, que é mais abundante nesse tipo de substrato, e proteção contra predação.
Palavras-chave: Ecologia da paisagem, estrutura do habitat, ictiofauna."



MONOGRAFIA



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