DIVERSIDADE DE PEIXES DA BAÍA DA ILHA GRANDE: CARACTERIZAÇÃO, PADRÕES ESPACIAIS E RELAÇÕES COM O HABITAT
Postado em 21 de janeiro de 2019 -
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Monografias dos discentes do Campus Três Rios
AUTOR
Larissa dos Santos Silva Amaral
ORIENTADOR
LEONARDO MITRANO NEVES
As regiões litorâneas de todo o mundo são dominadas por praias arenosas que abrigam uma biota marinha diversa com relevante importância ecológica e econômica. Apesar da grande abrangência, existem lacunas de conhecimento acerca da caracterização da biota e influências ambientais para muitos sistemas costeiros. O objetivo do presente estudo foi descrever a composição e estrutura da comunidade de peixes de praias arenosas da baía da Ilha Grande (BIG) e suas relações com as variáveis físico-químicas da água (temperatura, salinidade, turbidez, oxigênio dissolvido) e aquelas pertencentes a estrutura do habitat (tipo de substrato, vegetação adjacente e grau de exposição às ondas). As amostragens foram realizadas entre os meses de outubro de 2017 a março de 2018 em quatro zonas definidas de acordo com características geomorfológicas, influência da drenagem continental e ocupação humana: zona norte (ZN), sendo influenciada por áreas estuarinas com oscilações de salinidade, elevada turbidez e substrato lodoso, zonas central exposta (ZCE) e central abrigada (ZCA) submetidas a maior influência marinha, substrato arenoso predominante, maior profundidade e transparência; e zona oeste (ZO) caracterizada por substrato lodoso e contribuição de pequenos estuários margeados por manguezais. Os peixes foram coletados com auxílio de uma rede do tipo ―picaré‖, com 12m de comprimento x 2,5m de altura; 7,5 mm no centro. Em 16 praias da BIG foram realizados três arrastos perpendiculares à linha de praia, operados manualmente, correspondendo a uma área aproximada de 240m2 por arrasto, no período diurno. Foi coletado um total de 20.556 indivíduos, pesando em média 26.072,70 gramas, representando 22 famílias, 38 gêneros e 69 espécies. As famílias que mais se destacaram em relação ao número de espécies foram Carangidae (8), Sciaenidae (8) e Engraulidae (6), sendo as espécies/táxons Atherinella brasiliensis, Anchoa spp, Trachinotus carolinus e Menticirrhus spp as mais abundantes. O número de espécies e de indivíduos foi maior na ZO (53 espécies- 13.733 indivíduos), seguido da ZN (28-4.749), sendo menor na ZCA (21-2.018) e ZCE (14- 56). As variáveis ambientais (turbidez, transparência) tiveram importância secundária sobre a comunidade de peixes, explicando 6% da variação total, enquanto a zona e o índice de estrutura do habitat (IEH) foram os preditores mais importantes, que explicaram 16% e 4%, respectivamente. Relações acentuadas entre a comunidade de peixes e os preditores foram observadas, distinguindo os locais da ZO de maior turbidez, daqueles da ZN, com maiores transparências e temperaturas. Adicionalmente, a comunidade de peixes da ZO, com habitat mais heterogêneo (>IEH), diferiu das praias da ZCE, de maior profundidade. As praias inseridas em enseadas mais antropizadas apresentaram menor riqueza e número de indivíduos do que aquelas com habitat mais estruturado, adjacentes a matrizes menos urbanizadas. Poucas espécies de importância comercial foram encontradas recrutando nas praias da BIG, indicando que medidas que visem proteger o estoque adulto e garantir a qualidade ambiental das praias arenosas como áreas de recrutamento devem ser implementadas.
Palavras-chave: Estrutura do habitat, peixes jovens, praias arenosas, zona de arrebentação.
Palavras-chave: Estrutura do habitat, peixes jovens, praias arenosas, zona de arrebentação.
MONOGRAFIA
TAMANHO
1.090,42kb
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DATA DE ENVIO
01/04/2019 13:34
01/04/2019 13:34