ATERRO CONTROLADO DE TRÊS RIOS, RJ E OS RISCOS AO MEIO AMBIENTE E À SAÚDE HUMANA

Postado em 27 de setembro de 2017   -   Tempo de leitura: 0 min.   -   Ver mais Monografias dos discentes do Campus Três Rios  
AUTOR
Hellen Figueredo Carvalho
ORIENTADOR
FÁBIO CARDOSO DE FREITAS
RESUMO
Sabendo da problemática que o descarte de resíduos sólidos tem gerado no país, o presente trabalho teve como objetivo analisar solo e plantas do aterro controlado de Três Rios (RJ) e da área do entorno, apontando os riscos ao meio ambiente e à saúde dos catadores e da população que mora nas adjacências. Foram coletadas amostras de solo e das espécies vegetais Cecropia pachystachya e Ricinus communis, conhecidas popularmente como embaúba e mamona, respectivamente. As amostras de plantas foram separadas em folhas e frutos, e junto com as amostras de solo, enviadas para o laboratório da UFRRJ em Seropédica para análises químicas com foco em metais pesados. Como não há uma legislação que defina os valores máximos permitidos para concentração de metais em plantas, houve a comparação destas com as análises de solo e da amostra coletada para controle. As amostras de R. communis, que foram coletadas dentro da área do aterro, como já esperado, apresentaram maior acúmulo de metais e quando comparadas com as amostras de solo daquela mesma área, refletiram com maior precisão o que estava disponível no solo, sendo assim uma ótima bioindicadora. A espécie C. pachystachya e o solo foram coletados no ponto denominado como exutório, dentro da bacia hidrográfica que compõe a área, para onde claramente acontece a convergência do material lixiviado do aterro. Essas amostras foram também comparadas com uma amostra controle. Os resultados dos elementos Zn, Fe, Ni e Cr, para as folhas e frutos da embaúba, apresentaram valores mais altos na área de convergência e alguns elementos como Cu e Cr apresentam valores acima do que permitido na literatura, evidenciando que as áreas adjacentes ao aterro também vêm sendo impactadas. O elemento Cd nas análises de solo dentro da área de convergência apresentou valores acima do que é permitido pela resolução CONAMA 420, sendo suficiente para interditar a área. São muitas as doenças provenientes desses contaminantes, variando de alergias e problemas respiratórios à maiores complicações como câncer, má formação em fetos, entre outros. Os sintomas irão variar de acordo com o tempo de exposição do indivíduo ao contaminante e de como o contágio ocorreu, que pode ser através de agentes físicos, químicos ou biológicos. Pode-se concluir que o manejo dos lixões e aterros controlados merecem uma atenção especial por não ser a forma ambientalmente adequada para disposição dos resíduos sólidos. Ficou evidente que mesmo representando um pequeno percentual da biomassa das plantas, as folhas e frutos foram bons bioindicadores, com destaque para mamona. Sabendo que existem moradias no entorno do aterro, que as análises acusaram que o material lixiviado tem contaminado as áreas adjacentes e que por anos catadores trabalharam na área, este conjunto de problemas urge por medidas como: reconhecimento, avaliação dos impactos e um controle eficaz.



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