Monografias dos discentes do Campus Três Rios
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EMPREENDEDORISMO TARDIO: OPORTUNIDADES E DESAFIOS ACIMA DOS 50 ANOS
AUTOR: RENÉE SILVA PEREIRA / ORIENTADOR: JOSÉ RODRIGUES DUARTE
Este trabalho tem como objetivo analisar o fenômeno do empreendedorismo tardio — aquele iniciado a partir dos 50 anos — como alternativa viável diante das transformações no mercado de trabalho, do envelhecimento populacional e das barreiras enfrentadas por profissionais maduros para a reinserção formal. Adota-se uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e documental, fundamentada em revisão bibliográfica, análise de dados secundários e estudo de caso reflexivo da trajetória da própria autora. Os resultados indicam que o empreendedorismo tardio, embora ainda pouco explorado pela literatura científica e pelas políticas públicas, representa não apenas uma via de geração de renda, mas também uma forma de ressignificação da trajetória profissional, busca por autonomia, propósito e realização pessoal. A pesquisa revela ainda que esse grupo apresenta vantagens competitivas como experiência, equilíbrio emocional e visão estratégica, apesar de enfrentar obstáculos como o preconceito etário e o acesso limitado a crédito e tecnologia. O estudo reforça a importância de uma abordagem mais inclusiva e sensível, que valorize a contribuição de indivíduos maduros na construção de uma sociedade mais justa, ativa e economicamente participativa.
MANUTENÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS EM AMBIENTES LABORAIS COM INTERAÇÃO NÃO PRESENCIAL: O PERÍODO PANDÊMICO E O LEGADO DO HOME OFFICE
AUTOR: AMANDA SOUZA ALVES / ORIENTADOR: JOSÉ RODRIGUES DUARTE
O cenário é a pandemia. A sobrevivência está por um triz. O home office surge como tábua de salvação e a sociedade se reinventa. O cenário de transições entre as formas de executar o trabalho surgiu em um contexto de pavor e urgência, repentinamente, e impactou as interações sociais para o bem e para o mal. Embasada pelos conceitos da modernidade líquida para entender a fluidez das relações humanas em um contexto de trabalho remoto e pela metodologia qualitativa, acrescida da triangulação de revisão bibliográfica, para compreender a experiência humana em diferentes regimes de trabalho, a tese se estrutura. O objetivo é entender como as mudanças do trabalho home office funcionam no presente, a fim de possibilitar uma linha de trabalho futura, cuja produtividade esteja harmonicamente alinhada com as nuances do comportamento humano. A conclusão enfatiza a necessidade de reestruturação sociojurídica para equilibrar lucro e bem-estar, sugerindo que o trabalho a distância, embora vantajoso em muitos aspectos, também apresente desafios que devem ser enfrentados para garantir a qualidade de vida no trabalho.
TEMPO DE VIDA EM JOGO: O SEQUESTRO DA SUBJETIVIDADE NA ERA DA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
AUTOR: PATRIC DE JESUS VIANA / ORIENTADOR: MARIA CRISTINA DRUMOND E CASTRO
O presente trabalho tem como objetivo investigar e descrever a percepção e os sentimentos dos trabalhadores por aplicativo na cidade do Porto, Portugal, a respeito do tempo dedicado ao trabalho e das condições enfrentadas nesse contexto. A pesquisa fundamenta-se nos conceitos de sequestro da subjetividade, precarização e uberização do trabalho, a partir de autores como Faria e Meneghetti (2007) e Antunes (2018). Foi realizada uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, com aplicação de questionário estruturado a seis trabalhadores de plataformas digitais (Uber, Bolt, Glovo e Oscar). As análises revelaram a atuação simultânea de diversos mecanismos de captura subjetiva, como o sequestro pela eficácia produtiva, essencialidade valorizada, colaboração solidária, identificação e envolvimento total, resultando em jornadas extensas, estratégias individuais de sobrevivência, ausência de suporte institucional e internalização de sentimentos de culpa e autogerenciamento forçado. Os resultados apontam que, embora os trabalhadores expressem o desejo por maior equilíbrio entre vida e trabalho, encontram-se imersos em um sistema que perpetua a precarização e o controle psicológico, revelando a complexidade do fenômeno na atual configuração do trabalho uberizado.
CRÉDITO CONSIGNADO: UMA ANÁLISE DOS IMPACTOS PARA OS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO INSS
AUTOR: ANA LÍVIA ARAÚJO DE ALMEIDA / ORIENTADOR: MARCIO DE LIMA DUSI
Este trabalho tem como objetivo analisar os impactos da contratação do crédito consignado na vida de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), residentes na cidade de Três Rios, Rio de Janeiro. Adotou-se uma abordagem quantitativa, com aplicação de questionário a 40 pessoas que já utilizaram essa modalidade de crédito. Buscou-se identificar os principais motivos para a contratação, o nível de endividamento após o comprometimento da renda e o grau de satisfação ou arrependimento com a decisão. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e cálculo do desvio padrão, possibilitando a identificação de padrões de comportamento e variações nas experiências dos entrevistados. Os resultados indicam que, embora o crédito consignado seja amplamente utilizado como alternativa de acesso rápido a recursos financeiros, especialmente em situações emergenciais, ele tende a comprometer significativamente a renda de beneficiários que dependem exclusivamente da aposentadoria. Apesar disso, a maioria dos participantes avaliou a experiência como positiva, ainda que por diferentes razões. Conclui-se que, embora o crédito consignado apresente vantagens como facilidade de acesso e taxas reduzidas, é necessário maior planejamento e orientação para que essa ferramenta não se torne um fator de vulnerabilidade financeira entre os aposentados e pensionistas do INSS.
GESTÃO FINANCEIRA E OS IMPACTOS PARA A LONGEVIDADE DAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO DE CASO EM UMA LOJA DE ROUPAS DO MUNICÍPIO DE TRÊS RIOS/RJ
AUTOR: ANA LUIZA DE CARVALHO OLIVEIRA / ORIENTADOR: MARCIO DE LIMA DUSI
Este trabalho tem como objetivo analisar um estudo de caso sobre a gestão financeira de uma loja de roupas em Três Rios/RJ, focalizando os impactos dessa gestão na longevidade do negócio. Por meio da utilização de uma abordagem quanti-qualitativa, a pesquisa exploratória baseou-se em entrevistas com a gestora do empreendimento e a análise temática dos dados obtidos. Para tanto, foram mapeadas categorias: práticas financeiras, endividamento, decisões de curto prazo, adaptação econômica e relação entre gestão financeira e longevidade. Práticas como o controle do fluxo de caixa, análise anual do Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) e previsões orçamentárias demonstraram uma abordagem orientada por dados, permitindo à gestora antecipar desafios e tomar decisões em prol do negócio. No entanto, desafios relacionados a decisões de curto prazo destacaram a importância do equilíbrio entre demandas imediatas e metas de crescimento a longo prazo. Destaca-se a adaptação às mudanças econômicas, evidenciada pela transição para a moda sustentável, o que proporcionou melhor lucratividade e fluxo de caixa saudável. A ausência de endividamento foi um elemento destacado, evidenciando a solidez financeira da entidade em análise, enquanto estratégias relacionadas ao pagamento e à formação de reservas desempenharam um papel para assegurar a estabilidade financeira. Conclui-se, portanto, a importância de abordar os desafios com inovação, reconhecendo a inter-relação direta entre a gestão financeira e a longevidade organizacional.
O COMPORTAMENTO DA MOEDA DESCENTRALIZADA BITCOIN DURANTE A PANDEMIA FRENTE ÀS MOEDAS FIDUCIÁRIAS
AUTOR: LUCAS SEIXAS SILVEIRA / ORIENTADOR: MARCIO DE LIMA DUSI
O advento da pandemia de Covid-19 ocasionou implicações em diversas esferas da sociedade, sobretudo na esfera econômica. Nesse cenário, o mercado financeiro passou a vivenciar um período de incertezas, o que contribuiu para impactar diretamente o investimento em criptomoedas. Diante deste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar o comportamento da criptomoeda Bitcoin frente às moedas fiduciárias (real e dólar) durante o período pandêmico. Para tanto, foi aplicada uma pesquisa bibliográfica e exploratória para fazer um levantamento comparativo nas cotações de tais moedas entre os períodos de 2019 a 2022. A partir da análise realizada, constatou-se que o Bitcoin teve uma valorização frente ao real de 597,513% entre 2019 a 2022. Em relação ao dólar, o Bitcoin obteve uma valorização de 29,98% entre o mês de janeiro de 2019 e o mês de dezembro de 2022. Durante a pandemia, o Bitcoin experimentou inicialmente uma queda devido à incerteza global, mas logo obteve uma valorização. Em 2021, o Bitcoin atraiu investidores e manteve uma tendência de alta devido à crise econômica global e baixas taxas de juros. No entanto, em 2022, houve uma reversão na tendência de alta, com desvalorizações significativas atribuídas a vários fatores, incluindo a flexibilização das medidas preventivas da pandemia de Covid-19. Tais resultados evidenciam que a pandemia de Covid-19 contribuiu para elevar os investimentos em Bitcoin, corroborando assim que as criptomoedas tendem a ser alternativas preventivas para lidar com as oscilações das moedas fiduciárias em momentos de crise financeira.
A REFORMA TRABALHISTA E SEUS REFLEXOS NA JORNADA DE TRABALHO: ESTUDO DE CASO DA EMPRESA ULTRAXPAX
AUTOR: JADER BENTO MAIA / ORIENTADOR: MARCIO DE LIMA DUSI
As relações de trabalho que norteiam o empregador e o empregado se modificaram ao longo do tempo. A Lei N° 13.467 de 13 de julho de 2017, conhecida como reforma trabalhista alterou variados dispositivos da Consolidação das Leis Trabalhistas. Assim, este estudo tem como objetivo averiguar as significativas mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista e seus reflexos nas jornadas de trabalho na empresa UltraxPack. Para tanto foi realizado uma revisão de literatura utilizando-se de publicações científicas produzidas entre os anos de 2017 a 2023, disponíveis em meio eletrônico, nas bases de dados Scielo e no Portal de periódicos da Capes acerca dos Direitos Trabalhistas. Os resultados demonstraram que embora a reforma trabalhista trouxe significativas mudanças na rotina do trabalhador, no contexto da UltraxPack, não reflete de forma significativa no que tange a Jornada de Trabalho.
“TEMOS QUE PROVAR TODOS OS DIAS QUE VAMOS DAR CONTA”: VIVÊNCIAS DE PRAZER E SOFRIMENTO NO TRABALHO PARA MULHERES OPERÁRIAS
AUTOR: Rayane de Oliveira Alves / ORIENTADOR: Débora Vargas Ferreira Costa
A presença feminina no ambiente fabril tem se intensificado nas últimas décadas, acompanhada por vivências marcadas tanto pelo prazer quanto pelo sofrimento, refletindo experiências singulares no contexto do trabalho. Este estudo tem como objetivo compreender as vivências de prazer e sofrimento no trabalho de mulheres operárias, com base na psicodinâmica do trabalho de Christophe Dejours. Para tanto, adotou-se uma abordagem qualitativa, por meio da realização de entrevistas semiestruturadas com dezoito mulheres atuantes no ambiente produtivo. A análise dos dados foi conduzida por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados evidenciam que o prazer está associado ao reconhecimento, às relações interpessoais no ambiente de trabalho, ao sentimento de contribuição e à valorização profissional. Por outro lado, o sofrimento manifesta-se diante da sobrecarga, da pressão por produtividade e da ausência de reconhecimento. As estratégias de defesa utilizadas pelas entrevistadas revelam mecanismos individuais e coletivos para enfrentar as adversidades do cotidiano laboral. Espera-se que este estudo contribua para o aprimoramento de práticas de gestão que considerem, de forma mais atenta, as experiências das mulheres operárias e os desafios presentes em suas realidades profissionais.
FITORREMEDIAÇÃO: ESTUDO DO POTENCIAL FITOEXTRATOR DE Cyperus rotundus L. EM SOLOS CONTAMINADOS POR COBRE
AUTOR: Gustavo Moreira Silva / ORIENTADOR: Fabíola de Sampaio Rodrigues Grazinoli Garrido
O cobre está entre os oito micronutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento vegetal. Assim como os demais metais pesados, em função da atividade humana no Antropoceno, o cobre comporta-se atualmente como um poluente importante na biosfera. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo identificar o potencial da espécie vegetal Cyperus rotundus L. (Cyperaceae), popularmente conhecida como tiririca, no tratamento de solos contaminados por cobre. Dentre os parâmetros estudados estão a redução da quantidade de cobre no solo após experimento, diferença da massa fresca e seca, número de perfilhos e indicadores químicos do solo como condutividade elétrica (CE) e potencial hidrogeniônico do solo (pH). De acordo com os parâmetros analisados, a tiririca demonstrou uma eficiência significativa maior na fitoextração quando os níveis de cobre no solo estavam em doses mais elevadas. A taxa de eficiência da fitoextração realizada pela planta variou de 25% a 86% do cobre disponível. Essa resposta adaptativa indica que a planta possui uma alta capacidade de acumular cobre em condições de elevada contaminação, viabilizando sua utilização na técnica de fitorremediação para descontaminar solos saturados por esse metal. Os perfilhos, brotações basais que auxiliam na propagação vegetativa, não apresentaram alterações significativas em quantidade e comprimento, com números variando de 3 a 7 perfilhos e comprimento médio entre 19,37 cm e 33,25 cm. A massa fresca da parte aérea foi menor no tratamento com a maior dose de cobre, evidenciando que o alto teor de cobre, ao gerar estresse oxidativo, impactou negativamente a formação de biomassa vegetal. A relação entre a massa fresca e seca revelou uma média de 81,17% de água na massa aérea, enquanto a massa seca variou de 0,25g a 0,44 g. O pH do solo, inicialmente alcalino, apresentou variações ao longo dos tratamentos. A adição do sulfato de cobre pentahidratado para simular a contaminação, elevou o pH nos tratamentos devido à neutralização de íons H⁺ no solo. No tratamento com a maior dose, que apresentou também maior fitoextração, o pH apresentou-se neutro-alcalino (7,43). A condutividade elétrica (CE) utilizada para medir a salinidade do solo e a presença de íons H⁺, alcançou 986,30 mS·cm⁻¹ ao final do experimento no tratamento com maior concentração de cobre, indicando altos níveis de sais dissolvidos na solução solo e a atuação das H⁺-ATPases, que liberam íons H⁺ no solo durante o processo de absorção de cobre, consequentemente aumentam a CE. Apesar disso, a tiririca demonstrou elevada tolerância à salinidade, sem efeitos negativos observados em decorrência do estresse hídrico causado por esses níveis. Portanto, a tiririca se revela uma candidata promissora para ser utilizada na fitoextração, particularmente em áreas onde a contaminação de solos por cobre atinge níveis críticos.
PROPOSTA DE CAMPUS SUSTENTÁVEL COM BASE NAS METAS DA AGENDA 2030
AUTOR: Ciro Gentil Goulart Batista / ORIENTADOR: Julianne Alvim Milward de Azevedo
Desde o final da década de 1960, o mundo tem reavaliado a exploração de recursos naturais para garantir a prosperidade, à medida que disputas por matérias-primas intensificaram as tensões globais. Para adaptar o modelo econômico vigente, a ONU promoveu diversas reuniões ao longo do tempo, onde os países buscaram alternativas para explorar os recursos de forma menos prejudicial ao planeta, às pessoas e à economia. O documento mais recente em vigor, a Agenda 2030, destaca a importância da parceria e da ação de diversos atores sociais para implementar medidas que assegurem o desenvolvimento sustentável em diversos campos: social, econômico, ambiental, cultural, político e institucional. É relevante o papel das Instituições de Ensino Superior (IES), como as universidades, no cumprimento da Agenda 2030. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), por exemplo, promove esse cumprimento por meio de suas ações de ensino, pesquisa e extensão. É nesse contexto que o presente estudo se insere. O seu objetivo reside na proposição de um campus sustentável, onde se encontra localizado o Instituto Três Rios – o Campus Três Rios –, localizado na região Centro-Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro. A elaboração de um rol de ações para esse Campus tem por base as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos na ‘Agenda 2030’, que auxilie a Instituição, a cumprir a visão proposta no seu Plano de Desenvolvimento Institucional vigente, do período de 2023 a 2027. A pesquisa quanto aos fins foi exploratória, descritiva e aplicada. Quanto aos meios de investigação ela foi documental, bibliográfica e um estudo de caso. Ao longo de sua trajetória, a UFRRJ tem se adaptado constantemente às mudanças, tornando-se uma instituição secular, respeitada e vanguardista. Para manter essa posição, é essencial que a universidade se mantenha atualizada e em sintonia com as pautas globais, planejando e atendendo à população da melhor maneira possível. Essas diretrizes estão presentes no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2023-2027. A sustentabilidade deve ser uma prioridade nas ações institucionais, considerando os efeitos cada vez mais frequentes e intensos das mudanças climáticas. Isso requer atitudes eficazes em pesquisa, para um planejamento assertivo, no ensino, para a conscientização da população, e na extensão, para promover ações práticas de sustentabilidade nos campi. Assim, é fundamental traçar ações sustentáveis alinhadas à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O guia ‘Como começar os ODS nas universidades?’ desenvolvido pela instituição Sustainable Development Solutions Network SDSN foi utilizado como suporte para a elaboração das propostas sugeridas neste estudo, a partir de quatro dimensões: social, econômica, ambiental e institucional. Notou-se que, das 167 metas da Agenda, 40 estavam alinhadas à visão determinada no PDI. Destas, a dimensão institucional apresentou maior aderência, com 52,5% das ações sugeridas, enquanto as demais dimensões (social, econômica e ambiental) possuíam percentuais de aderência próximos, em torno de 15%. Constatou-se que o Campus Três Rios possui potencial para se tornar sustentável ao adaptar as metas dos ODS em suas políticas institucionais.
AVALIAÇÃO DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA FLORA EM ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIOS DE IMPACTO AMBIENTAL
AUTOR: Matheus Tosta Camillo / ORIENTADOR: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
Os diagnósticos ambientais de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) incluem o recolhimento de informações sobre a flora local abordada. Porém, levantamentos de dados imprecisos ou que não abordam todos os grupos de plantas podem impossibilitar que impactos negativos sobre a flora sejam previstos e, consequentemente, o EIA/RIMA não indicará medidas apropriadas para conter tais adversidades. Assim, este trabalho teve como objetivo estudar o levantamento de informações sobre espécies vegetais em Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental no Estado do Rio de Janeiro. Dados foram obtidos de 12 EIAs e três RIMAs utilizados no licenciamento de empreendimentos no Estado do Rio de Janeiro. Constatou-se que ambientes bastante antropizados ocorreram com elevada frequência nas áreas de influência dos empreendimentos, mas também ocorreram hábitats naturais como a Floresta Ombrófila, a Floresta Estacional, a restinga e o manguezal, que apresentam elevada riqueza de espécies vegetais. Todos os EIA/RIMAs apresentaram informações sobre espécies arbóreas e relevante porcentagem destes estudos ambientais também apresentaram levantamentos de informações sobre plantas do estrato herbáceo e arbustivo, com as lianas, cipós e/ou trepadeiras e as epífitas ocorrendo em menor porcentagem dos estudos. O grupo das briófitas não foi avaliado na grande maioria dos EIA/RIMAs. Observa-se, também, que a indicação da presença de espécies ameaçadas de extinção em estudos ambientais ocorre, em maior frequência, citando espécies do estrato arbóreo, seguido de espécies herbáceas e arbustivas, lianas, cipós e/ou trepadeiras, epífitas e, sem citação de espécie ameaçada, o grupo das briófitas. Foi possível notar uma discrepância entre alguns dos estudos em relação ao volume de resultados apresentados e a complexidade das análises realizadas. Alguns estudos não apresentaram claramente os procedimentos metodológicos adotados para a coleta de dados. Com base no que foi possível extrair dos EIAs e RIMAs observados, constatou-se que a utilização de dados secundários (uso de literatura) é bastante frequente (60% dos estudos), assim como a delimitação de parcelas amostrais (66,7% dos estudos). Sugere-se a criação de normas que obriguem que os novos EIA/RIMAs abordem os variados grupos da flora no diagnóstico ambiental. Também deve-se garantir que os EIA/RIMAs apresentem claramente os procedimentos metodológicos para a coleta e análise dos dados do diagnóstico ambiental da flora. Além disso, deve-se garantir que esse diagnóstico descreva com bom nível de detalhamento as comunidades e populações vegetais da área de influência do empreendimento.
PERSPECTIVAS FUTURAS DA FITORREMEDIAÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS
AUTOR: Isabella do Nascimento Oliveira / ORIENTADOR: Fabíola de Sampaio Rodrigues Grazinoli Garrido
Atividades antrópicas favoreceram o crescimento de grandes centros urbanos levando comodidade à população trazendo benefícios e novos desafios como a degradação e poluição ambiental que tem prejudicado o meio ambiente e a saúde humana. Tendo conhecimento que a fitorremediação é uma técnica biotecnológica que usa plantas para remover, transferir, estabilizar ou destruir contaminantes do solo, água e ar. Quando falamos de fitorremediação, podemos citar quatro formas de aplicar a fitorremediação, sendo elas: A fitoextração, fitoestabilização, fitodegradação e fitovolatilização que são ajustes aos mecanismos através das plantas empregadas na fitorremediação para limpar áreas contaminadas. Devido ao seu baixo custo, menor impacto ambiental e à possibilidade de recuperar áreas degradadas, a fitorremediação se torna uma solução tecnicamente viável. Somado a sua rentabilidade, aplicabilidade em larga escala, e possibilidade a reintrodução de alguns poluentes na cadeia produtiva, socialmente aceitável e que contribui para a ornamentação do ambiente, possuindo potencial de remediação de vários poluentes como metais pesados, pesticidas, solventes e hidrocarbonetos. Embora a fitorremediação tenha incontáveis vantagens, essa técnica pode ter obstáculos que impedem sua eficácia em determinados cenários, como sua dependência quanto ao ciclo de crescimento das plantas, melhor aplicabilidade nas camadas superficiais do solo, onde as raízes das plantas têm a capacidade de alcançar e absorver os contaminantes. A análise de artigos e trabalhos acadêmicos, utilizando como base de dados o CAPES, Google Acadêmicos e biblioteca Scielos, conduzindo pesquisas de acordo com parâmetros como: fitorremediação e espécies com potencial fitorremediador para distinguir a relevância dos estudos existentes no campo da fitorremediação demostrou que a fitorremediação é um método promissor para remediar ambientes contaminados, apresentando vantagens significativas em comparação com métodos tradicionais de remediação química e física. Tal método é capaz de remover contaminantes, bem como hidrocarbonetos, metais pesados, pesticidas e solventes do solo. No entanto, a fitorremediação enfrenta problemas como a eficácia diminuída em camadas mais profundas do solo e o tempo necessário para a remediação completa, que pode variar de meses a anos. Além disso, foram identificados como limitações significativas a dependência de fatores climáticos e a necessidade de alta biodisponibilidade dos contaminantes.
ANÁLISE DE RELATÓRIOS AMBIENTAIS SIMPLIFICADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AUTOR: Hudson Lopes Geronimo / ORIENTADORES: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA e Bernardo Silveira Papi
O avanço da degradação ambiental provoca diversos problemas para a sociedade, demandando estratégias para reverter esse quadro. Neste sentido, a exigência de estudos ambientais prévios para licenciar empreendimentos é uma maneira de minimizar os impactos negativos de novos projetos ou da ampliação de empreendimentos já existentes. O Relatório Ambiental Simplificado (RAS) é um destes estudos, contudo deve ser preparado com qualidade para que possa alcançar os seus objetivos. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise crítica de Relatórios Ambientais Simplificados do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa foi conduzida a partir de uma análise documental, envolvendo a revisão de 7 Relatórios Ambientais Simplificados de empreendimentos licenciados no Estado do Rio de Janeiro. Obteve-se informações sobre as equipes que prepararam os relatórios, foram avaliados os impactos ambientais previstos e buscou-se identificar falhas nos relatórios, com o intuito de sugerir melhorias que possam aprimorar futuros RAS. Em relação à formação dos profissionais responsáveis pelos relatórios, observou-se que os Biólogos ocorreram mais frequentemente (5 estudos), seguidos de Engenheiros Ambientais (4 estudos), Geógrafos (4 estudos), Engenheiros Civis (4 estudos), Engenheiros Florestais (3 estudos), Geólogos (2 estudos), Engenheiros Químicos (2 estudos), além de outras formações. O total de impactos ambientais previstos nos estudos avaliados variou de 07 a 55, com a maioria das alterações ambientais sendo classificadas como tendo natureza negativa. Pela análise realizada, todos os sete RAS apresentaram impactos da implantação, mas somente três apresentaram impactos do planejamento e quatro da fase de operação. Os impactos previstos influenciaram o meio físico (como a alteração da qualidade da água e do ar), o meio biótico (como o afugentamento de fauna e a redução de cobertura florestal) e o meio socioeconômico (como a geração de empregos e o aumento na arrecadação tributária). A maioria das alterações ambientais previstas foram indicadas para a fase de implantação. Foram identificados problemas na formação das equipes que prepararam os relatórios, aspectos ambientais foram apontados como sendo impactos, tratando-se de uma imprecisão entre fator indutor e alteração ambiental, e também constatou-se a ausência de avaliação dos impactos por meio afetado (físico, biótico e socioeconômico) e nas diferentes fases dos empreendimentos. Com isso, foi possível gerar sugestões para futuros RAS, como a padronização da forma de avaliação dos impactos ambientais. Observou-se uma discrepância em relação ao número de profissionais que compõem as equipes que elaboram os Relatórios Ambientais Simplificados utilizados no licenciamento de empreendimentos no Estado do Rio de Janeiro. Além disso, constatou-se uma disparidade na forma de avaliação dos impactos ambientais e, consequentemente, nos resultados, mesmo tendo em vista que foram analisados diferentes tipos de empreendimentos.
FRAGMENTOS FLORESTAIS DA MICRORREGIÃO DE TRÊS RIOS, RJ: AVALIAÇÃO DO TAMANHO E DO EFEITO DE BORDA
AUTOR: Amanda Alice Braga de Oliveira / ORIENTADORES: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA e Sady Júnior Martins da Costa de Menezes
Os ecossistemas florestais do Bioma Mata Atlântica foram expressivamente afetados pelas atividades antrópicas ao longo de mais de cinco séculos após o início da colonização portuguesa, estando reduzidos e fragmentados. Esta situação ameaça muitas espécies nativas, os recursos naturais, a adequada condição ambiental e os serviços ecossistêmicos relevantes para a sociedade. Neste estudo, o objetivo foi apresentar uma avaliação atualizada da configuração espacial dos remanescentes florestais da Microrregião de Três Rios, RJ. Foi utilizado o software QGIS para integrar dados acerca dos remanescentes florestais da Microrregião. As informações utilizadas no estudo foram obtidas a partir do banco de dados do MapBiomas, referente ao ano de 2023. Para cada fragmento florestal obteve-se o tamanho e o perímetro. Sapucaia apresentou a maior área com florestas (18091,39 ha), seguido de Paraíba do Sul (12752,25 ha), Três Rios (6743,10 ha), Areal (3465,66 ha) e Comendador Levy Gasparian (2340,43 ha). A porcentagem de cobertura florestal também foi maior em Sapucaia (33,46 %), porém Areal teve a segunda maior porcentagem de território coberto por florestas (31,30 %), seguido de Paraíba do Sul (22,33 %), Comendador Levy Gasparian (21,54 %) e Três Rios (20,89 %). Em relação ao tamanho dos fragmentos florestais, observa-se um padrão entre os municípios analisados, com a maioria dos remanescentes florestais concentrando-se na classe de tamanho de até 1 ha. Para os fragmentos florestais menores que 1 ha as proporções por município foram: Comendador Levy Gasparian (55,8%); Areal (58,7%); Três Rios (63,5%); Sapucaia (63,2%); e Paraíba do Sul (59,4%). Observou-se ainda uma expressiva porcentagem de fragmentos com até 5 ha. Para os fragmentos florestais com tamanhos entre 1 ha e 5 ha, os percentuais observados foram: Comendador Levy Gasparian (29,3%); Areal (26,5%); Três Rios (25,5%); Sapucaia (23,1%); e Paraíba do Sul (24,5%). No município de Sapucaia apenas 3,9% dos fragmentos florestais possuíam mais de 50 ha e os demais municípios apresentaram valores ainda menores: Areal (2,4%); Comendador Levy Gasparian (1,8%); Três Rios (1,6%); e Paraíba do Sul (1,6%). Considerável porcentagem dos fragmentos florestais apresentaram Índice de Circularidade acima de 0,8, especialmente no Município de Sapucaia (37,9%) e Areal (31,6%), indicando que o seu formato se assemelha ao círculo e apresentam reduzido efeito de borda. É necessário implementar projetos de revegetação na Microrregião de Três Rios visando principalmente aumentar a cobertura florestal e a conectividade entre os remanescentes florestais, contribuindo para salvaguardar espécies nativas e fomentar a provisão de serviços ecossistêmicos. Na Microrregião em estudo, atualmente os municípios de Areal e Sapucaia apresentam as melhores condições para a manutenção da biodiversidade, dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos.
ESTUDO E APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SIG PARA A EXPANSÃO E OTIMIZAÇÃO DAS ROTAS DE COLETA SELETIVA EM PARAÍBA DO SUL-RJ
AUTOR: Maria Eduarda Guedes Meirelles / ORIENTADORES: SADY JÚNIOR MARTINS DA COSTA DE MENEZES e Fábio Cardoso de Freitas
A geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) tem aumentado de forma contínua, criando uma crescente demanda por infraestrutura e logística adequadas. Em 2022, o Brasil gerou aproximadamente 81,8 milhões de toneladas de RSU, o equivalente a cerca de 224 mil toneladas diárias. Para enfrentar os desafios decorrentes desse aumento, foi instituída, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com o objetivo de estabelecer diretrizes e instrumentos para o gerenciamento desses resíduos, abrangendo as etapas de coleta, transporte, tratamento e destinação final ambientalmente adequada. A coleta seletiva, um dos principais instrumentos dessa política, é definida como a coleta de resíduos segregados previamente com base em sua constituição e composição, visando o reaproveitamento dos materiais. Considerando que as atividades de coleta e transporte de resíduos absorvem de 40% a 60% do orçamento municipal destinado à limpeza urbana, é essencial um planejamento eficaz das rotas de coleta de resíduos recicláveis. Neste contexto, o presente estudo propôs a utilização de ferramentas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para a ampliação e otimização das rotas de coleta seletiva no município de Paraíba do Sul. Para atingir o objetivo deste trabalho, a rota atualmente realizada no município foi analisada e posteriormente comparada a quatro novas rotas otimizadas, em dois cenários distintos: rotas mais rápidas e rotas mais curtas, distribuídas em itinerários de segunda, quarta e sexta-feira, e terça e quinta-feira. Os resultados obtidos indicam que a abrangência total percorrida mensalmente na rota atual é de 509,32 km, com um consumo de aproximadamente 240 litros de diesel, o que corresponde a um custo de R$ 1.413,60. Quando comparadas às rotas otimizadas na modalidade "mais rápida", a extensão total aumentou em 92,64%, passando para 981,20 km, com um consumo de 245,3 litros de diesel, correspondendo a um valor de R$ 1.444,81, resultando assim, em um acréscimo de apenas R$ 31,21 no custo mensal de combustível. Por outro lado, ao optar pelas rotas mais curtas, a extensão aumentou em 81,81%, passando para 926 km, com um consumo de 231,5 litros de diesel, que corresponde a um valor de R$ 1.363,53, representando uma economia de R$ 50,07 no custo mensal de combustível. Esses resultados demonstram que a otimização das rotas de coleta seletiva pode gerar ganhos significativos em eficiência, tanto em termos de redução de custos quanto de melhor planejamento do tempo por meio de uma gestão mais eficaz dos recursos destinados ao transporte de resíduos.
LEVANTAMENTO DE FAUNA NO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DE ESTUDOS E RELATÓRIOS DE IMPACTO AMBIENTAL NA REGIÃO SUDESTE
AUTOR: Viviane Ribeiro Barros Gomes / ORIENTADORES: FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA e Johnatan Jair de Paula Marchiori
A exploração dos recursos naturais essenciais para o ser humano não é realizada atualmente de forma sustentável, ocorrendo diversas atividades antrópicas que provocam degradação ambiental que acarreta severas consequências para a sociedade e também afeta negativamente a biodiversidade. Os serviços ecossistêmicos prestados pela natureza são essenciais para o bem-estar humano e para a economia, entretanto, a perda da fauna vem dificultando a manutenção de tais serviços, pois os animais participam de diversas interações e processos ecológicos vitais para o equilíbrio dos ecossistemas. Os Estudos de Impacto Ambiental (EIAs) e os consequentes Relatórios de Impacto Ambiental (RIMAs) servem para analisar as mudanças causadas por atividades ou empreendimentos nos componentes ambientais do meio físico, biótico e socioeconômico, buscando conhecer antecipadamente as possíveis consequências danosas e, ainda, implementar medidas com o objetivo de reduzir as adversidades dos projetos. Na preparação do EIA/RIMA, é realizado o diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento, incluindo o levantamento de informação sobre a fauna. Porém, observam-se falhas nos EIA/RIMAs que podem comprometer o alcance dos seus objetivos, não abrangendo todas as espécies da fauna e não avaliando corretamente os impactos que poderão sofrer. O presente trabalho teve como objetivo estudar os diagnósticos ambientais relativos à fauna em EIA/RIMAs no Sudeste do Brasil. Para a coleta dos dados, foram utilizados EIA/RIMAs obtidos em web sites institucionais de autarquias da região Sudeste. Foram selecionados 27 estudos no total, sendo nove confeccionados para cada um dos seguintes tipos de empreendimentos: hidrelétricas; rodovias; e mineração. A área de influência dos estudos ambientais avaliados abrangeu expressiva variabilidade de habitats, incluindo ambientes terrestres e aquáticos, com a presença de ecossistemas que apresentam elevada diversidade de espécies da fauna brasileira, como as florestas tropicais. Isto indica que expressivo número de grupos taxonômicos da fauna foram impactados pelos empreendimentos em estudo. Os invertebrados, incluindo os insetos e demais grupos taxonômicos do Filo Arthropoda, tiveram pouca visibilidade nos estudos, provavelmente pela maioria das espécies do grupo não serem carismáticas, mesmo com a Classe Insecta sendo a mais diversificada. É evidente a prevalência de informações sobre vertebrados e, especialmente, sobre aves e mamíferos. Diversas técnicas foram utilizadas para a obtenção de dados sobre a fauna, incluindo registros por armadilhas fotográficas, as buscas ativas, a identificação de vestígios, as entrevistas, a pesquisa bibliográfica, o registro visual e o registro sonoro. Os maiores números de espécies ameaçadas citadas como ocorrendo na área de influência dos empreendimentos foram de aves e de mamíferos. Foi observada apenas uma espécie de inseto ameaçada de extinção e inúmeros grupos taxonômicos sequer foram citados. É necessário que as equipes que elaboram os EIA/RIMAs deem maior atenção a grupos de animais que até então são negligenciados. Além disso, os órgãos ambientais competentes devem criar Termos de Referência/ Instruções Técnicas mais rígidas no que tange o levantamento de informações sobre a fauna em estudos ambientais. Palavras-chave:
LEVANTAMENTO DA FAUNA DE VERTEBRADOS DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL MAURO ROMANO, VASSOURAS-RJ
AUTOR: Victor Moreira da Costa Nascimento / ORIENTADORES: Erika Cortines e FÁBIO SOUTO DE ALMEIDA
A área administrada atualmente pela Associação Civil Vale Verdejante, situada no município de Vassouras-RJ, era utilizada como pastagem até a Associação promover o seu reflorestamento visando a recuperação dos ecossistemas nativos. Em dezembro de 2020, uma porção da área foi convertida em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), sendo estabelecida a Unidade de Conservação Municipal denominada RPPN Mauro Romano. Neste contexto, é relevante gerar informações sobre a fauna local, visando embasar as ações de manejo da RPPN voltadas à conservação da biodiversidade. Este trabalho teve como objetivo realizar o levantamento da fauna de vertebrados da RPPN Mauro Romano. Para obter fotografias dos vertebrados que utilizam a área da RPPN, uma câmera TRAP foi instalada por revezamento em cinco pontos, sendo que em cada ponto permaneceu em média 15 dias. Após esse tempo, as imagens foram analisadas e os espécimes fotografados foram identificados através da consulta de literatura, websites e especialistas dos grupos taxonômicos. Também foi realizado o levantamento das espécies vegetais do reflorestamento que servem de alimento para a fauna e identificados os fragmentos florestais do entorno da RPPN. No total de 84 aparições, foram registradas 14 espécies de vertebrados, pertencentes a três classes (Aves, Mammalia e Reptilia) e 13 famílias. Nenhuma das espécies encontradas consta na lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. A classe das aves representou 50% das espécies (7), Mamíferos 43% (6) e répteis 7% (1). Das espécies vegetais do reflorestamento podemos destacar as frutíferas Inga edulis, Eugenia uniflora,Psidium guajava e Euterpe edulis dentre outras que podem servir de alimento para a fauna de vertebrados e desempenhar um papel ecológico importante no reflorestamento. Quanto aos fragmentos florestais, foram encontrados 15 fragmentos a cerca de 1 km da RPPN, variando de 0,6 ha a 50 ha. Estes podem garantir o fluxo na paisagem para algumas espécies que percorrem distâncias maiores. Conclui-se que a RPPN Mauro Romano abriga vertebrados relevantes para a paisagem da região e para a sustentabilidade do reflorestamento. Novas pesquisas podem aumentar a lista de espécies de vertebrados da unidade de conservação e motivar outras ações de conservação na região.
JUSTIÇA AMBIENTAL NA ERA DA EBULIÇÃO GLOBAL
AUTOR: CAROLINA ELY BRUM CESÁRIO / ORIENTADOR: ANA PAULA PERROTA FRANCO
Este trabalho investiga os conceitos de justiça ambiental e refugiados climáticos no contexto da Grande Aceleração, período caracterizado pela intensificação de desastres ambientais e pelo aumento de migrantes climáticos, como evidenciado pelas chuvas em Petrópolis, onde milhares de pessoas precisaram abandonar suas casas. A análise do município de Petrópolis revela uma negligência histórica na ocupação urbana e na gestão de riscos ambientais. Essa negligência tem contribuído para tragédias recorrentes, além de aprofundar as desigualdades sociais. O estudo identifica lacunas significativas na gestão pública local, que se tornam ainda mais evidentes diante da rapidez das mudanças climáticas. Ainda se tratando de desigualdade social, acentuada cada vez mais pelas mudanças climáticas, também é possível observa-la dentro de uma perspectiva global, envolvendo comunidades ao redor do planeta. A partir dessa problemática, conclui-se que há a necessidade do fortalecimento de medidas voltadas a proteção dos refugiados climáticos, incluindo uma abordagem abrangente e plural. Essa abordagem deve incluir a cooperação global entre países, bem como a implementação de políticas públicas estruturadas e eficazes nos níveis nacionais e municipais. O trabalho destaca a importância de diretrizes voltadas para a inclusão social, com ênfase na proteção das comunidades mais vulneráveis aos desastres ambientais, ao apresentar a realidade de milhões de pessoas, que enfrentam de forma feroz as catástrofes climáticas. Além disso, contribui para informar sobre a velocidade e consequências das mudanças climáticas, enfatizando a necessidade de medidas de mitigação.
DINÂMICA SAZONAL DA AGREGAÇÃO DO TUBARÃO GALHA-PRETA (CARCHARHINUS LIMBATUS) NA BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ
AUTOR: Thaissa Albuquerque Ribeiro Augusto / ORIENTADOR: Leonardo Mitrano Neves
As agregações de tubarões podem ser impulsionadas por fatores como reprodução, alimentação e busca por refúgio, resultando em movimentos e migrações com padrões sazonais e diários bem definidos. Estudar essas agregações é essencial para compreender melhor o comportamento e a ecologia das espécies, além de apoiar o desenvolvimento de estratégias de conservação mais eficazes. O objetivo deste estudo foi investigar a variação sazonal do tubarão galha-preta (Carcharhinus limbatus) na enseada de Piraquara de Fora, Baía da Ilha Grande, gerando conhecimento científico para a gestão de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral. A identificação e determinação do sexo dos tubarões foram realizadas por meio de filmagens subaquáticas com isca (BRUV), e a abundância foi estimada com o uso de transectos aéreos feitos por drones, no período de maio de 2023 a julho de 2024. Os dados de abundância foram obtidos a partir de quadros estáticos extraídos de voos a 70 m de altura, totalizando 184 quadrantes. A análise de variância multivariada permutacional (PERMANOVA) foi utilizada para identificar as variações na abundância de tubarões entre os meses de amostragem. Um total de nove indivíduos da espécie Carcharhinus limbatus foi registrado pelos BRUVs nos meses de junho de 2023, e maio, junho e julho de 2024. Três desses indivíduos foram identificados como fêmeas, enquanto o sexo dos demais não pôde ser determinado. As agregações foram observadas nos transectos aéreos durante os meses de outono e inverno (maio a setembro), com maiores valores em maio e junho, em comparação com agosto e setembro (PERMANOVA, p < 0,001). O número máximo de tubarões observados simultaneamente ocorreu em maio de 2023 (113 indivíduos), caindo drasticamente em setembro (5 indivíduos), não sendo observados indivíduos no mês de outubro. A ocorrência de fêmeas adultas em águas rasas e quentes indica para uma possível agregação reprodutiva. Os resultados sugerem um evento de migração sazonal massiva em maio, com dispersão gradativa dos indivíduos entre agosto e setembro. Os tubarões foram encontrados ao longo de toda a enseada, mas geralmente em maior número próximo à Ilha Pingo D’Água, pertencente à Estação Ecológica de Tamoios, destacando a importância dessa área protegida para a conservação dos elasmobrânquios no estado do Rio de Janeiro.
CONFLITOS QUANTO AO USO E OCUPAÇÃO DO TERRENO COM BASE NA CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTO DE MASSA NO MUNICÍPIO DE TRÊS RIOS – RIO DE JANEIRO
AUTOR: JULIANNE VITAL MARTINS / ORIENTADOR: SADY JÚNIOR MARTINS DA COSTA DE MENEZES
Os conflitos relacionados ao uso e ocupação do terreno são relevantes, sobretudo nas áreas de expansão urbana e em regiões suscetíveis a movimentos de massa. Problemas como esses são decorrentes do processo de urbanização desordenada e pela ocupação irregular de áreas de risco, como as áreas non aedificandi. Tais áreas são regulamentadas por legislações específicas e desempenham um papel essencial na preservação ambiental e na segurança pública, especialmente em localidades vulneráveis a desastres naturais. No município de Três Rios, a crescente demanda por habitação e infraestrutura tem levado à ocupação inadequada desses espaços, expondo a população a riscos ambientais e estruturais, portanto, o objetivo deste estudo é realizar uma análise da suscetibilidade a movimentos de massa associada aos conflitos de uso e ocupação do terreno no município, com ênfase nas áreas non aedificandi e faixas de domínio da BR-040, BR-393, RJ-131 e linhas férreas que cruzam o território. A metodologia adotada baseou-se no uso de ferramentas de geoprocessamento e análise espacial em sistema SIG (QGIS), incluindo dados do MapBiomas e imagens de satélite para delimitar áreas de risco e realizar uma análise temporal da expansão urbana entre 1985 e 2021, além a criação de buffers para identificar as dimensões das faixas de domínio e as ocupações existentes. Os resultados encontrados no presente trabalho evidenciam o impacto do crescimento urbano desordenado, com um aumento expressivo da ocupação em áreas de médio e alto risco de deslizamentos. Entre 1985 e 2021, a área urbanizada no município cresceu de 4,036 km² para 13,679 km², sendo grande parte desse crescimento direcionado para áreas de declividade elevada e regiões próximas a rodovias e ferrovias. Embora esses locais sejam protegidos por legislação, têm sido alvo de ocupações irregulares, agravando os riscos de desastres e comprometendo a infraestrutura de transporte. Além disso, foi observada a ausência de fiscalização e a pouca aplicação de planos urbanísticos, o que intensifica os conflitos e a vulnerabilidade da população. A conclusão do estudo destaca a necessidade de um planejamento urbano mais rigoroso, integrado a diretrizes de gestão de riscos e fiscalização efetiva. A ocupação inadequada de áreas non aedificandi e faixas de domínio representa um desafio crítico para a sustentabilidade ambiental e a segurança pública em Três Rios, exigindo medidas concretas para mitigar os impactos negativos da expansão urbana desordenada.