Talita Santiago Lopes
Gestão ambiental é um curso novo comparado aos demais, e por isso surgem muitas dúvidas do papel de seus graduados no mercado de trabalho. Nessa entrevista que foi norteada em fases distintas, os egressos contam quais foram as principais demandas exigidas e desafios enfrentados após a graduação. Entrevista realizada pelas discentes do 2° período: Sara Kelly e Ana Carolina Borsato.
No período recém-formado:
Da graduação para o mercado de trabalho.
Quais eram as expectativas quando você se formou?
-Conseguir atuar como Gestora Ambiental no setor privado ou ser aprovada em concurso público.
Quais foram os desafios que você passou no Mundo Profissional, quando recém-formado?
-Falta de experiência profissional e de indicação, aprendi que são diferenciais na hora de conseguir uma vaga.
As habilidades e competências desenvolvidas no período de graduação te auxiliaram na busca por oportunidades de trabalho?
-As dicas que tive nas aulas de Gestão de Pessoas ajudaram bastante.
Como você busca/ buscou a sua colocação no mercado? Quais as suas estratégias de busca?
-Me cadastrei em sites de banco de currículos e trabalhe conosco, enviei currículo diretamente para o e-mail do RH de empresas que consegui contato e fiz trabalho voluntário.
Você já recebeu um “não” em um processo de seleção de emprego?
-Sim! Sempre é frustrante. Mas, é preciso aceitar, superar e continuar a busca.
Como você vê o processo de capacitação, estratégia de entrada no mercado de trabalho?
-O mercado de trabalho é dinâmico. As exigências das vagas de 2014 para cá mudaram muito, assim como os processos seletivos, que estão cada vez mais tecnológicos. A melhor estratégia é sempre estar atualizado e ligado na demanda do mercado.
Na fase profissional:
Consegui um emprego e agora?
Você tinha todas as competências e habilidades para o cargo?
-Não! Procurei aprender. Continuei estudando e me qualificando.
Como você vê o processo de capacitação, e estratégia para a manutenção no mercado de trabalho?
-A qualificação tem que ser contínua, o acomodado não sobrevive com a oferta de mão de obra cada vez maior. Independente de ser uma qualificação formal ou não, devemos sempre estudar. Não é somente através de uma pós-graduação ou cursos de capacitação que nos qualificamos; a leitura de livros, artigos, sites, notícias de jornais sobre temas da área ambiental, minicursos, palestras, eventos e afins, são formas de se qualificar também.
Dentro do seu campo de trabalho, você domina todas as ferramentas necessárias para o seu bom desempenho do mesmo?
-Para os trabalhos que faço hoje, sim. Mas, amanhã pode aparecer um novo desafio, ou seja, um trabalho que nunca fiz e que terei que aprender a fazer.
Quais os processos de capacitação que você desenvolveu e ainda pretende desenvolver?
-Mestrado, muitos cursos de capacitação, extensão e minicursos.
Os desafios enfrentados:
O que não te contaram quando você entrou no mundo do trabalho…
Como lidar com a pouca experiência?
-Tendo humildade e disposição para aprender. Aceitar que ainda que saibamos muito, temos sempre muito mais a aprender.
Quais foram seus principais obstáculos no(s) processo(s) de seleção (preparação e comportamento desejado)?
-A falta de experiência em todos os casos, a falta de inglês avançado em alguns casos e a falta de CNH B em outros.
Quais foram seus principais obstáculos em relação as expectativas do seu superior e seu relacionamento com seus colegas de trabalho?
-Não acato ordens sem questionar, caso eu saiba que a ordem está errada ou é ilegal. Logo, acabei “batendo de frente” com o chefe algumas vezes. Com alguns colegas foi ótimo, trocamos experiências e conhecimento. Com outros apenas convivi por profissionalismo, os achava incompetentes, desonestos, fofoqueiros, puxa-saco, invejosos e acomodados.
Qual foi se melhor dia profissional?
-Foram vários dias, desde a contratação até o reconhecimento por alguns trabalhos realizados.
Qual foi o seu pior dia profissional?
-Tiveram vários também, dias difíceis fazem parte do dia a dia no trabalho. Mas, quando saí do meu primeiro emprego foi um dia bem difícil, uma situação muito desagradável.
Sente a necessidade de melhorar seu currículo?
-Sim, sempre. Preciso melhorar meu nível de inglês e espanhol, fazer mais capacitações e adquirir mais experiência em atividades que ainda não desenvolvi.
Quais suas expectativas e temores diante do cenário nacional para a profissão?
-A área ambiental está sofrendo um desmonte pelo governo e o mercado respondendo satisfeito, pagando cada vez mais salários absurdos, com poucos ou nenhum benefício e contratando por PJ desde 2017. Torço para que a pressão nacional e internacional parem os retrocessos.
Eu, nesse momento:
Qual a sua ocupação hoje?
-Consultora Ambiental autônoma
O que você desenvolveu de mais relevante no seu espaço de trabalho?
-Acho que todo trabalho é relevante e devemos no empenhar para fazer bem-feito, seja um licenciamento ou uma curta palestra.
Quais competências e habilidades desenvolvidas ao longo do curso foram importantes?
-Atividades em sala de aula, pesquisa e extensão, aulas prática e de campo, dinâmicas de grupo.
Qual você pode destacar?
-Aprender a trabalhar em equipe durante todo o curso de GA foi fundamental para saber lidar com os mais diferentes profissionais.
É possível pensar a trajetória profissional de forma paralela a capacitação de forma continuada?
-Sim!
Você profissional, que conselho daria para os graduandos?
-Ficar de olho na demanda do mercado e adequar o perfil profissional a elas. Buscar cursos e capacitações alinhados a demanda. Para os que querem concurso, sugiro estudar especificamente para eles, com materiais específicos. Quase nunca tem concursos que contemplam GA, então quando tem, a concorrência é altíssima. Para os que querem empreender, se atentem se há demanda no mercado atual para o serviço prestado, tem consultor batendo cabeça, por exemplo. Façam network e consigam um QI (Quem Indica), abre muitas portas.